por Edgar Morin
“Para mim, o problema da felicidade é subordinado àquilo que chamo de “O problema da poesia da vida” ou seja, a vida, a meu ver, é polarizada entre a prosa- ou seja, as coisas que fazemos por obrigação, que não nos interessam, para sobreviver e a poesia – o que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar. E é isso que é importante.
Então, eu digo que o verdadeiro problema não é a felicidade – é a questão que faço a mim -, porque a felicidade é algo que depende de uma multiplicidade de condições, e eu diria mesmo que o que causa a fragilidade é frágil, porque, por exemplo, no amor de uma pessoa, se essa pessoa morre ou vai embora, cai-se da felicidade à infelicidade. Não se pode sonhar com uma felicidade contínua para a humanidade.
É impossível porque a felicidade, repito, depende de uma soma de condições. Então, por outro lado, o que se pode dizer, pode-se tentar favorecer tudo o que permita a cada um viver poeticamente a sua vida e, se vive poeticamente encontra momentos de felicidade, momentos de êxtase, momento de alegria e, na minha opinião, é isso.”
Edgar Morin, Revista Prosa Verso e Arte
Sem comentários:
Enviar um comentário