Um novo poema da oficina poética de Eugénio Lisboa que, sempre em verso musical, canta e nos encanta neste tempo de peste .
VERLAINE É
QUEM MAIS ORDENA
De la musique avant toute chose,
disse-o Verlaine, aliás sem pose.
Quis dizer que faz falta ao poema
a música, bem mais do que o tema.
A música embala a poesia
e excita a nossa fantasia.
Sem música, em tempo de peste,
o poema deixa-nos a leste!
Sem música, falta-lhe a pica
e não há cura, nem com arnica.
Quem trabalha com verso à toa,
onde nem sequer a rima soa,
corre o risco de fazer chorar
aqueles que pretende alegrar.
De la musique avant toute chose:
é com ela que o poema se cose!
Poeta, deixa lá o verso branco
e livre, não vás tu ficar manco!
Nove sílabas, disse Verlaine:
há que cosê-las, bien et sans peine!
28.05.2020
Eugénio Lisboa,
que descobriu Verlaine, muito depois de ele ter
servido para sinalizar aos franceses que era a hora de os Aliados invadirem a
Normandia.
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