Outro Soneto à Língua Portuguesa
Com a língua portuguesa me caso,
com ela vivo quando é preciso;
a língua portuguesa não tem prazo
e veste-se de luxo e conciso.
Vive de tristeza e de alegria,
sossega, como sabe, os aflitos
e sabe matizar a euforia,
apaziguando, suave, os altos gritos!
Enfeita-se com cores e buzinas,
desperta, com clamores bem sentidos
e seus ares de grande dançarina,
aqueles que andando adormecidos
acordam àquele toque de alerta:
a língua é clamor e é oferta!
12.05.2020
Eugénio Lisboa
Nota: Chamo-lhe “Outro soneto”,
porque há, pelo menos, mais dois sonetos à língua portuguesa: os de António
Ferreira e de Olavo Bilac.
Sem comentários:
Enviar um comentário