Procurava. A neblina, ainda húmida da noite, pesava e restringia-lhe os movimentos. Deveria colocar-se a oriente. Era lá o seu lugar. Mas hesitava. As nuvens agregavam-se em cerco. Rompê-las, obrigava -o a deslocar-se num novo movimento. E espreitava. Direita, esquerda, ao centro. A manhã tinha de raiar. O caminho era espesso . Denso . A Lua dormia no Além . Era ele a Luz. A escuridão era devassa . Sabia-o . Desde o tempo do não tempo que a conhecia. Sagaz e renitente, fugia-lhe, após um incessante saracotear faceiro , em jeito de sedução e de pungente lamento. Resistia-lhe. Sempre se negou. Não se subjugava aos vislumbres de quaisquer promessas vãs . A luz e o calor do seu corpo estendiam-se apenas em Liberdade. O espaço que lhe pertencia não tinha muros. Nem sempre se mostrava com nitidez. Talvez, por isso, lhe tenham atribuído esse sublime desígnio: o Sol quando nasce é para todos. Esse era realmente o seu lema, a sua vontade, a sua utopia. Sim. Também a tinha. Queria e sonhava alimentar o mundo. Iluminá-lo e dar-lhe o fulgor que esclarece a mente e pacifica o coração.
Encheu-se de força e rompeu. O alvorecer estava completo. Iniciava um novo dia. Uma clara e luminosa manhã de Novembro.
Encheu-se de força e rompeu. O alvorecer estava completo. Iniciava um novo dia. Uma clara e luminosa manhã de Novembro.
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