O homem que não tem música dentro de si e que não se
emociona com um concerto de doces acordes é capaz de
traições, de conjuras, de rapinas. William Shaskepeare
A Música não vive para mim , mas vive em mim. Não sei se alguém já o disse de igual jeito. Se o tiver feito, não tem qualquer relevância E quando digo que vive em mim, não pretendo dizer que sei fazer música. Não. Esse talento, esse dom, essa extraordinária capacidade não habitam em mim. Não. E como lamento. Seria prodigiosa, tocada pela pura magia.
A música sempre foi um dos meus espantos. Não sei se o maior, porque com ela fui despertada por outros tantos, ao longo da vida. Não há nenhuma lacuna, nenhum hiato neste nosso relacionamento. Música, diversa, mas sempre Música. Descobri-a no colo materno. Passeava-se entre os muros da casa. Mais tarde , enquanto a estudei , encantei-me com a beleza das suas diversas faces. Passei a celebrá-la em todos os géneros. E ficou comigo. Permitiu que amadurecesse aos sons dos múltiplos instrumentos que se foram apresentando solitários ou em perfeita comunhão de número e de género.
Aprendi a amá-la. E é nessa relação de pura afectividade, de necessária completude que a celebro. São vozes , melodias, acordes que são convocados de acordo com o momento.
Hoje, retorno a June Tabor, uma das grandes cantoras do meu memorial.
June Tabor, em Lassie Lie Near Me, do Álbum "At The Woods Heart". O poema é de Robert Burns (1790).
Lassie my dearie;
Now we are met again,
Lassie lie near me.
Near me, near me,
Lassie lie near me;
Lang hast thou lien thy lane,
Lassie lie near me.
Robert Burns (1790)
June Tabor , em False False.
Near But Far Away com Tabor, Ballamy, Warren. June Tabor é a VOZ;Iain Ballamy : saxophones;Huw Warren : piano.
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