Sem ser
inverno ainda
o cheiro
tímido é já da chuva.
Sentia o mar
subir, tinha as mãos
prontas para
o levar à boca:
toda a música
era só aquela
rebentação.
Inverno de chuva e de muito mar neste Portugal de Fevereiro. Mar que rebenta em praias desertas de areias lavadas. Mar que cresce no enrolar da vaga e que some em bramido profundo. Mar que se perde, na costa, em murmúrios surdos e gemidos distantes. Mar que se esconde na opacidade de um dia sem luz, na soturna penumbra da invernia. Mas mar radioso em dia de céu aberto, quando o sol nasce para ser visto. Mar de meus dias. Límpido, insolente, garboso, sedutor, em mil cores, à bolina.
Mar muito nosso. Mar do meu país, mar deste Algarve que se beija ao luar em noites de louvor e de magia . Mar , braço de outros mares , pactuário de um magnânimo universo que se impõe em contínuo desafio .
Mar muito nosso. Mar do meu país, mar deste Algarve que se beija ao luar em noites de louvor e de magia . Mar , braço de outros mares , pactuário de um magnânimo universo que se impõe em contínuo desafio .
De Vangelis, o Movimento 9 de Mythodea , ( Música para a NASA - Mission Mars Odyssey 2001 ), nas vozes grandiosas de Jessye Norman a Kathleen Battle , no Templo de Zeus, em Atenas . Espectáculo organizado pelo compositor (Vangelis).
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