" A luta
do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento",
escreveu Milan Kundera no romance " O Livro do Riso e do
Esquecimento". Mais tarde, em " A Arte do Romance" acrescentaria
a propósito do combate político de Mirek, uma das suas personagens: "Antes
de se tornar num problema político, o desejo de esquecimento é um problema
antropológico: desde sempre que o homem sente o desejo de reescrever a sua
própria biografia, de mudar o seu passado, de apagar os seus vestígios,
tanto os seus como os dos outros. O desejo do esquecimento está longe de ser
uma simples tentação de fazer batota.(...) O esquecimento (pode ser) ao mesmo
tempo injustiça absoluta e consolação absoluta."
As ruínas de
um passado, enquanto resquícios de vivências , sobrevivem às pessoas.
Representam trajectos e trajectórias que ficaram inscritas no Livro do Tempo. Apagá-las é um acto de negação que se verificará sempre impossível.
As ruínas prevalecem e quando o homem quiser podem ser
transformadas nas traves do futuro.
Após uma
semana de grande turbulência e de ruinosos acontecimentos, eis uma excelente composição de Rodrigo Leão que deu mote a este
Domingo: "Ruínas" do Álbum " Pasíon".
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