The dance, Paula Rego |
Quase de nada místico
Não, não deve
ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a
olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de
diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
Ana Luisa
Amaral, in «Às Vezes o Paraíso», 1ª Ed. , Lisboa, Quetzal Editores 1998
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