A boa literatura é a melhor forma de criar cidadãos críticos que não podem ser manipulados facilmente, afirmou o Prémio Nobel da Literatura 2010, o peruano Mario Vargas Llosa, perante um milhar de estudante de Monterrey, capital do Estado mexicano de Nuevo León.
«Uma sociedade livre, democrática, aspira a ter cidadãos comprometidos com a vida pública», disse Vargas Llosa aos alunos universitários de várias escolas da região.
O escritor acrescentou não haver mais nada mais que «atice os desejos de satisfação que a realidade não pode satisfazer, que a literatura».
Para Vargas Llosa, que está no México para diversas conferências, os leitores de boa literatura são a melhor garantia para que uma sociedade evolua e seja critica.
O escritor também recebe hoje o Prémio Internacional Alfonso Reyes que inclui também um valor pecuniário de 50.000 dólares e que as autoridades mexicanas atribuem a personalidades com uma vasta trajectória no campo das humanidades.
Por ocasião da entrega do prémio, o Instituto Nacional de Belas Artes e a Universidade Autónoma de Nuevo León editam o texto 'Um homem das letras' escrito por Vargas Llosa sobre Alfonso Reyes e que foi publicado pela primeira vez no diário espanhol El País a 20 de Fevereiro de 2005.
Entre os autores que receberam esta distinção estão Jorge Luis Borges, Carlos Fuentes, Octavio Paz, Nobel de Literatura 1990 e José Emilio Pacheco.In Lusa/Sol
“Criamos constantemente a nossa própria infelicidade devido à nossa ignorância e falta de discernimento.”
Dalai Lama
Dalai Lama
No aniversário da ocupação do Tibete, Dalai Lama anuncia transmissão do poder político
Passam hoje 52 anos sobre rebelião frustrada no Tibete que acabou com o exílio na Índia do Dalai Lama que pretende, agora, ceder o poder tibetano a um representante eleito.Aos 75 anos, o líder disse que não se quer esquivar de responsabilidades.Exilado na Índia, ele garante que pensa em aposentar-se há muito tempo.
O líder espiritual Dalai Lama anunciou nesta quinta-feira (10) a decisão de ceder o poder político formal que ostenta como chefe das autoridades tibetanas no exílio a um representante "livremente eleito".Em comunicado, o Dalai Lama explicou que na próxima sessão do Parlamento, que terá início na segunda-feira (14), proporá "formalmente" uma emenda à Constituição para tornar possível seu desejo de "transferir a autoridade" a um líder eleito.Com 75 anos, o líder espiritual e político dos tibetanos, exilado na Índia, assegurou que a decisão "não tem relação com uma vontade de se esquivar de responsabilidades" e lembrou que vem propondo sua aposentadoria há muito tempo."Desde a década de 1960, manifestei que os tibetanos necessitam de um líder livremente eleito pelo povo tibetano, a quem eu possa delegar o poder. Agora, claramente chegou o momento de pôr isto em prática", expressou o Dalai Lama.O líder negou que isto signifique que se sente "desanimado" e prometeu seguir cumprindo com sua parte na "causa justa do Tibete".No comunicado, o Dalai Lama repassou os poucos avanços nas negociações com a China sobre o futuro do Tibete, para o qual voltou a reivindicar uma "autonomia genuína".Também mencionou a "notável luta não-violenta pela liberdade e a democracia" em vários países do norte da África, em alusão às rebeliões em Tunísia, Egipto e Líbia."Devemos esperar que todas estas mudanças inspiradoras conduzam à liberdade, à felicidade e à prosperidade genuínas dos povos desses países", disse. Apesar de deixar a liderança política, Dalai Lama reforçou que permanece como líder espiritual dos tibetanos
O Dalai Lama teve alguns problemas de saúde nos últimos anos, o que o obrigou a relaxar sua agenda oficial, embora as viagens ao exterior, as reuniões com líderes e os seminários de filosofia e prática budista continuem frequentes.O líder vive em Dharamsala, na Índia, país que acolhe cerca de 130 mil refugiados tibetanos.In IQ
Reacção da China:
Em pronta reacção, a China desvalorizou a decisão do Dalai Lama, avaliando que a decisão do líder tibetano em abandonar o seu papel político não é mais do que um “truque”. “O Dalai Lama tem falado amiúde sobre retirar-se nestes últimos anos. Creio que se trata de um truque para enganar a comunidade internacional”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Jian Yu. Este mesmo responsável do regime de Pequim aproveitou para frisar que “o governo [tibetano] no exílio é uma organização política ilegal que nenhum país no mundo inteiro reconhece”. In Jorna l Público”,10/03/2011
Leia mais em: Dalai Lama anuncia transferência do poder político para ...
Sem comentários:
Enviar um comentário