Começa o mês de Março com o redesenho da lúgubre palavra AUSTERIDADE. Impressa há muito no mapa linguístico português, ela persegue-nos ciclica e endemicamente. Substantiva e concreta desfaz-se em medidas que se sucedem indefinidamente sem que sejamos capazes de compreender o por quê e menos ainda o para quê . Avulsas para quem as dita, os nossos indefectíveis governantes, mas sistemáticas para quem as sofre, nós o povo, elas são sempre anunciadas como sendo as últimas e as adequadas ao sucesso, à reposição da Economia Nacional.
A miserabilidade que se vai instalando neste país decorre de uma repetida metodologia incoerente que o Presidente do Conselho apregoa como estratégia inteligente, eficaz e oportuna. O esforço, que desassombradamente reitera ao extrapolar para o estado crísico nacional a situação europeia e mundial, é um exercício que nem um aprendiz de feiticeiro tenta ensaiar.
Ancorados neste país mortificado por estes governantes de cartola emprestada, somos continuadamente sacudidos pelos maléficos malabarismos que vão improvisando.
Que novas medidas nos lançarão ainda ? Que dias nos esperam? Que resistência e que resiliência daí virão?
"Ah, meu pobre, pobre Portugal."
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