quinta-feira, 10 de março de 2011

Mario Vargas Llosa e Dalai Lama


A boa literatura forma cidadãos críticos
A boa literatura é a melhor forma de criar cidadãos críticos que não podem ser manipulados facilmente, afirmou o Prémio Nobel da Literatura 2010, o peruano Mario Vargas Llosa, perante um milhar de estudante de Monterrey, capital do Estado mexicano de Nuevo León.
«Uma sociedade livre, democrática, aspira a ter cidadãos comprometidos com a vida pública», disse Vargas Llosa aos alunos universitários de várias escolas da região.
O escritor acrescentou não haver mais nada mais que «atice os desejos de satisfação que a realidade não pode satisfazer, que a literatura».
Para Vargas Llosa, que está no México para diversas conferências, os leitores de boa literatura são a melhor garantia para que uma sociedade evolua e seja critica.
O escritor também recebe hoje o Prémio Internacional Alfonso Reyes que inclui também um valor pecuniário de 50.000 dólares e que as autoridades mexicanas atribuem a personalidades com uma vasta trajectória no campo das humanidades.
Por ocasião da entrega do prémio, o Instituto Nacional de Belas Artes e a Universidade Autónoma de Nuevo León editam o texto 'Um homem das letras' escrito por Vargas Llosa sobre Alfonso Reyes e que foi publicado pela primeira vez no diário espanhol El País a 20 de Fevereiro de 2005.
Entre os autores que  receberam esta  distinção estão Jorge Luis Borges, Carlos Fuentes, Octavio Paz, Nobel de Literatura 1990 e José Emilio Pacheco.In Lusa/Sol

 “Criamos constantemente a nossa própria infelicidade devido à nossa ignorância e falta de discernimento.”
Dalai Lama

No aniversário da ocupação do Tibete, Dalai Lama anuncia transmissão do poder político
Passam hoje 52 anos sobre rebelião frustrada no Tibete que acabou com o exílio na Índia do Dalai Lama que pretende, agora, ceder o poder tibetano a um representante eleito.Aos 75 anos, o líder disse que não se quer esquivar de responsabilidades.Exilado na Índia, ele garante que pensa em aposentar-se há muito tempo.
O líder espiritual Dalai Lama anunciou nesta quinta-feira (10) a decisão de ceder o poder político formal que ostenta como chefe das autoridades tibetanas no exílio a um representante "livremente eleito".Em comunicado, o Dalai Lama explicou que na próxima sessão do Parlamento, que terá início na segunda-feira (14), proporá "formalmente" uma emenda à Constituição para tornar possível seu desejo de "transferir a autoridade" a um líder eleito.Com 75 anos, o líder espiritual e político dos tibetanos, exilado na Índia, assegurou que a decisão "não tem relação com uma vontade de se esquivar de responsabilidades" e lembrou que vem propondo sua aposentadoria há muito tempo."Desde a década de 1960, manifestei que os tibetanos necessitam de um líder livremente eleito pelo povo tibetano, a quem eu possa delegar o poder. Agora, claramente chegou o momento de pôr isto em prática", expressou o Dalai Lama.O líder negou que isto signifique que se sente "desanimado" e prometeu seguir cumprindo com sua parte na "causa justa do Tibete".No comunicado, o Dalai Lama repassou os poucos avanços nas negociações com a China sobre o futuro do Tibete, para o qual voltou a reivindicar uma "autonomia genuína".Também mencionou a "notável luta não-violenta pela liberdade e a democracia" em vários países do norte da África, em alusão às rebeliões em Tunísia, Egipto e Líbia."Devemos esperar que todas estas mudanças inspiradoras conduzam à liberdade, à felicidade e à prosperidade genuínas dos povos desses países", disse. Apesar de deixar a liderança política, Dalai Lama reforçou que permanece como líder espiritual dos tibetanos
O Dalai Lama teve alguns problemas de saúde nos últimos anos, o que o obrigou a relaxar sua agenda oficial, embora as viagens ao exterior, as reuniões com líderes e os seminários de filosofia e prática budista continuem frequentes.O líder vive em Dharamsala, na Índia, país que acolhe cerca de 130 mil refugiados tibetanos.In IQ
Reacção da China:
Em pronta reacção, a China desvalorizou a decisão do Dalai Lama, avaliando que a decisão do líder tibetano em abandonar o seu papel político não é mais do que um “truque”. “O Dalai Lama tem falado amiúde sobre retirar-se nestes últimos anos. Creio que se trata de um truque para enganar a comunidade internacional”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Jian Yu. Este mesmo responsável do regime de Pequim aproveitou para frisar que “o governo [tibetano] no exílio é uma organização política ilegal que nenhum país no mundo inteiro reconhece”. In Jorna l Público”,10/03/2011
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