A 12 de Outubro passado, escrevemos neste espaço um artigo sobre o Nobel da Paz 2010 em que se transcreviam estas declarações do Dalai Lama: Segundo o DN Globo, «o líder espiritual tibetano, Dalai Lama, afirmou que o Governo chinês "não aprecia, de todo, qualquer opinião diferente."
Em declarações à agência japonesa Kyodo, o Nobel da Paz de 1989 acusou "certos defensores de uma linha dura" de estarem presos a uma forma de pensar "retrógrada". Para o Dalai Lama, a construção de uma sociedade aberta é "a única maneira de salvar todo o povo da China".
O líder tibetano felicitou na sexta-feira Liu Xiaobo, o primeiro cidadão chinês a receber o galardão da Paz. O Dalai Lama vê a decisão do Comité Nobel norueguês como o "reconhecimento internacional das vozes crescentes do povo chinês" que exigem "reformas políticas, jurídicas e constitucionais".
Assistimos, desde ontem, à visita oficial do Presidente da China, Hu Jintao, a Portugal. Recebido com honras de Estado, vimo-lo em frente do Mosteiro dos Jerónimos, solícito quase socorrendo o cavaleiro da GNR que tombou acidentalmente , feliz acenando à comunidade chinesa que clamorosa agitava as bandeiras vermelhas e, posteriormente, no jantar protocolar, social e magnânimo convivendo com extrema civilidade, comprando dívidas onerosas, aprazando negócios e compromissos.
E todos sorriam, sorriem e esqueciam, esquecem. Os pés seguram-se nos bicos, quais pássaros esfaimados à procura de alimento. A memória de Liu Xiaobo, do Tibete massacrado, dos dissidentes executados, dos presos políticos , da exploração continuada dos trabalhadores, enfim, do país do pensamento único é colocada no limbo do esquecimento. O oportunismo voraz do interesse económico é a lei que os comanda e os organiza. Estão lá todos, perfilados , falando em hipócrita surdina , renegando a voz da denúncia , o valor da verdade solidária ,o poder da solicitude partilhada que engrandecem os Homens e derrubam os tiranos.
Do meu país vê-se o mar, o mar que levou longe a nossa gente que contra perigos e em guerras esforçados venceram , indo além da força humana. Mas do meu País deixou-se de ver a virtude da honra, da liberdade , do humanismo . Já não se vai além , fica-se aquém .E assim, proibiram-se as vozes que se agregaram para lançar a força da verdade aos ouvidos do Presidente Chinês, colocando-as longe do desfile presidencial , junto à Torre de Belém: irónico simbolismo.
A memória do passado é a história dos povos. Ensiná-la, revisitá-la é um dever para que o esquecimento nunca apague as marcas da tirania, da opressão , da indignidade, impedindo que renasçam e se repitam.
Assistimos, desde ontem, à visita oficial do Presidente da China, Hu Jintao, a Portugal. Recebido com honras de Estado, vimo-lo em frente do Mosteiro dos Jerónimos, solícito quase socorrendo o cavaleiro da GNR que tombou acidentalmente , feliz acenando à comunidade chinesa que clamorosa agitava as bandeiras vermelhas e, posteriormente, no jantar protocolar, social e magnânimo convivendo com extrema civilidade, comprando dívidas onerosas, aprazando negócios e compromissos.
E todos sorriam, sorriem e esqueciam, esquecem. Os pés seguram-se nos bicos, quais pássaros esfaimados à procura de alimento. A memória de Liu Xiaobo, do Tibete massacrado, dos dissidentes executados, dos presos políticos , da exploração continuada dos trabalhadores, enfim, do país do pensamento único é colocada no limbo do esquecimento. O oportunismo voraz do interesse económico é a lei que os comanda e os organiza. Estão lá todos, perfilados , falando em hipócrita surdina , renegando a voz da denúncia , o valor da verdade solidária ,o poder da solicitude partilhada que engrandecem os Homens e derrubam os tiranos.
Do meu país vê-se o mar, o mar que levou longe a nossa gente que contra perigos e em guerras esforçados venceram , indo além da força humana. Mas do meu País deixou-se de ver a virtude da honra, da liberdade , do humanismo . Já não se vai além , fica-se aquém .E assim, proibiram-se as vozes que se agregaram para lançar a força da verdade aos ouvidos do Presidente Chinês, colocando-as longe do desfile presidencial , junto à Torre de Belém: irónico simbolismo.
A memória do passado é a história dos povos. Ensiná-la, revisitá-la é um dever para que o esquecimento nunca apague as marcas da tirania, da opressão , da indignidade, impedindo que renasçam e se repitam.
Uma opinião lúcida e pertinente. A memória é curta e infelizmente os interesses económicos prevalecem sobre os valores humanos e sobre a ética por que o Governo de um País integrado na UE e noutras organizações internacionais se deveria pautar. Os "favores" obtidos podem vir a pagar-se muito caro. É uma questão de tempo !
ResponderEliminarFoi vê-los submissos e alinhados esperando horas para celebrar acordos com a China. A vergonha do que se passa lá, fica para nós. O interesse está na algibeira e não na defesa de um mundo mais justo.Os tiranos sempre tiveram quem sustentasse a sua tirania.
ResponderEliminarBom artigo e parabéns por erguer a voz.