Quão longe vai esse tempo e quanta esperança nele depositámos. As questões à volta do OE mostram a vacuidade que invadiu a política portuguesa. Muitos dos ideais que pretendiam construir um Portugal novo, solidário, livre e humanista foram esquecidos e preteridos em função de um liberalismo económico selvagem , castrador e voraz. A miserabilidade é-nos imposta e o estado social que Abril apregoou está moribundo. Portugal é um mosaico de anacronismos políticos esvaziado de um projecto nacional em que o governo exclui o próprio cidadão que o elegeu. A ganância e o fátuo desejo de protagonismo pessoal e partidário substituiu a causa pública. Da res publica chegou-se a coisificação individual e ao primado do interesse de quem governa , de quem se move no corredor do poder em total detrimento do benefício dos governados, do país.
Meu pobre, pobre Portugal, que fizeste às promessas desse Abril redentor?
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