Um poema é uma pedra no caminho?
Ou é só um fulgor que logo passa?
Apagar-se-á ele devagarinho?
Será só breve momento de graça?
Porém, o poeta que o escreve
julga sempre apostar na eternidade:
por mais que o poema seja breve,
há no poeta, sempre, veleidade.
O poema dura só o que dura
e dá-nos apenas a luz que tem.
Não pode ir além da sua altura
e a humildade fica-lhe tão bem!
Mas o poeta ama-o, como filho,
e vê nele, portanto, eterno brilho!
06.12.2022
Eugénio Lisboa
Mas o poeta ama-o, como filho,
e vê nele, portanto, eterno brilho!
06.12.2022
Eugénio Lisboa
Um regresso prometido pela ponte que nos trouxe a casa. Ao longe, ficou mundo . Um mundo sempre surpreendente de tanta beleza a descobrir. Por vezes, o homem teima em tingi-lo e dar-lhe cores que não lhe são afins.
Há poetas que sabem, com primor e talento, dar às palavras a singular e rara beleza, o eterno brilho, que se pode conjugar com a magia dos sons de um grande concerto.
Eis a poesia de Eugénio Lisboa e a música de Rachmaninov , em jeito de saudação a todos os que nos esperaram.
De Rachmaninov , Concerto para Piano e Orquestra nº 3, por Martha Argerich ao piano e Orquestra Sinfónica da Rádio de Berlim, sob a direcção do Maestro Riccardo Chailly.
O Concerto para Piano e Orquestra nº 3 foi composto por Rachmaninov em Dresden, em 1909, e estreado em Nova York no mesmo ano. Rachmaninov tinha especial predilecção pela segunda apresentação da obra, que aconteceu em Janeiro de 1910, tendo Gustav Mahler como maestro. Mahler ensaiou o Concerto até à perfeição. O último ensaio deveria terminar à 12h30, mas estendeu-o para além do horário, sem protestos dos músicos da Filarmónica de Nova York.
O pianista Joseph Hofmann, a quem o Concerto nº 3 foi dedicado, nunca o tocou em público, dizendo, “isto não é para mim”.
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