Mais uma vez não sou capaz de descrever o arrebatamento.
Foi arrebatamento, não êxtase.
Virginia Woolf, Momentos de Vida
Saudade é o dia das coisas que se amam.
Eduardo Bettencourt Pinto, Tango nos Pátios do Sul
Neste domingo, acordou inclemente a saudade desse arrebatamento que nos toma , quando chegamos a África. Aquela imensa paleta de cores entra-nos pelos olhos e pelo coração. De repente, estamos num mundo que nos queima num fogo deslumbrante que nos deixa sem fôlego. Foi assim e e é sempre assim, quando entramos em Angola. Há uma repentina imersão num deslumbramento irrecusável. Luanda, a esplendorosa capital, espera-nos para nos saudar na largueza das suas avenidas, no sorriso das suas praias, no calor dos seus morros, no sedutor abraço da sua baía e na espontânea afabilidade do seu povo.
Hoje , mais uma vez, fomos intimados a sentir essa saudade. Da memória das coisas felizes, retirámos a voz de um dos maiores cantores de Angola, para lhe tecer homenagem por tantos momentos de grande prazer musical. Waldemar Bastos morreu a 10 de Agosto de 2020, mas a sua voz ficará sempre no retábulo dos grandes cantores.
Waldemar Bastos, em Perto e longe.
Waldemar Bastos, em Muxima, acompanhado por The London Symphony Orchestra. Esta canção integra o álbum Classics of My Soul.
Sem comentários:
Enviar um comentário