Henry de Montherlant |
Aforismos de Henry de Montherlant
por Eugénio Lisboa
Na sua obra de narrador, de dramaturgo, de ensaísta, mas, sobretudo, nos seus notabilíssimos CARNETS, os aforismos penetrantes e, às vezes, assassinos e bem dignos dos mais acutilantes antepassados, pululam. Deixo aqui, hoje, uma pequena amostra, para incitar o leitor a procurar mais.
Depois de fazer amor, o primeiro a falar diz uma tolice.
Pode ferir-se o amor-próprio; matá-lo, nunca.
Morremos quando não há mais ninguém por quem tenhamos vontade de viver.
A felicidade nunca me aborrece.
Pode fruir-se tanta alegria em dar prazer a alguém, que, às vezes, quase nos sentimos na obrigação de lhe agradecer.
As épocas perturbadas fazem perder tempo. Só se pensa em salvar a cabeça e não há tempo para fazer mais nada.
A política é a arte de captar em proveito próprio a paixão dos outros.
Muitas coisas não merecem ser ditas e muitas pessoas não merecem que as outras coisas lhes sejam ditas. Isto faz muito silêncio.
Todo o grande homem age e escreve para desenvolver duas ou três ideias.
Tudo o que não é paixão tem um fundo de aborrecimento.
A infelicidade só se consola com a infelicidade dos outros.
Há dois momentos na sua vida em que todo o homem é respeitável: na sua infância e na sua agonia.
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