Todos afirmavam que ser avó nada tinha de comparável. Era um momento de tamanho encantamento e de tão excepcional sedução que nem o primeiro acto, a maternidade, poderia ser termo de referência. Aguardava, impaciente e com alguma antecipada ternura, o nascimento do meu primeiro neto. Era um Novembro molhado , de chuvas intermitentes, em que se anunciava um Inverno frio e tempestuoso. Estávamos perto da festa de S. Martinho, celebrada por este Portugal, em magustos requintados e, em Feiras tradicionais, onde o fruto, a castanha , é Rainha e Senhora.
O dia chegou. O Ricardo , um singular menino, nasceu pela noite fora de um dia nove que prometia ser cinzento e invernoso. Gritou sonoramente como todos os que nascem . E os sons desse primevo choro ressoaram até mim, quase em ondas magnéticas, para me avisar de um novo tempo que chegava. O tempo incomparável, sem memória, até ser inaugurado por um forte apelo germinal. Tempo que nunca mais seria igual a qualquer outro. Não soube , nesse primeiro momento , o que realmente era ser AVÓ. Havia um deslumbramento ,uma ternura que me forçava a olhar aquele menino como alguém que sempre esperei desde o mágico momento em que descobri um outro ser que, num dia de Fevereiro, me fez Mãe. O pai deste meu primeiro neto. Chegou rindo e chorando como que avisando que não era apenas ele que viria para mim e para o mundo.
Mas o Ricardo estava ali. Pronto e minúsculo para fazer crescer todos os dias um embevecimento imparável. Descobrir um neto em tempo e espaço é descobrir em nós um espaço para um novo tempo. O tempo dos afectos. Infindos e sempre assombrosos.
O Ricardo faz treze anos. Crescemos: ele e eu. É um menino doce, sensível e inteligente. Ensinou-me que ser Avó é nada ter aprendido até ao dia em que se adquire esse estatuto. Queimar preconceitos, entregar-se à descoberta de tudo e de todos, olhar o fundo das coisas , traduzir a experiência numa prática afectuosa de novas e partilhadas aprendizagens foi o que se congregou para uma nova vida. Vida que foi matizada por muitos assombros, proporcionando-me momentos de incomparável alegria , de supremo deslumbramento e de indizível carinho.
Por tudo isto e apenas por ti , celebro este dia. É o teu 13º aniversário, meu neto. Estás longe de mim, num país distante e em dia de exercício escolar. Que te chegue o meu carinho e o meu orgulhoso agradecimento por me teres permitido ser tua Avó.
Parabéns, Ricardo.
Parabéns ao Ricardo e a Avó do Ricardo. Como dizem no Brasil, avô e avó são como pão com manteiga....uma delícia...
ResponderEliminarParabéns Manel e Zé . Comecei mais tarde mas já vou com cinco
ResponderEliminarQUE CONTE MUITOS POR MUITOS ANOS SOB O OLHAR ATENTO DOS AVÓS MANEL E MARIA.!!.
ResponderEliminarOs meus parabéns para o Ricardo, Pai e avós .
ResponderEliminarDesejo que a Vida lhe sorria sempre e que encha de Alegrias todos os que lhe são próximos e lhe querem bem.
Beijinhos da Amiga Ana Maria