É mesmo como os seus panos,
Já não tem a cor berrante
Que tinha nos outros anos.
Avó Xima está velhinha
Mas de manhã, manhãzinha,
Pede licença ao reumático
E num passo nada prático
Rasga estradinhas na areia...
Viriato da Cruz ( poeta angolano) , in "Poemas", Clássicos da Literatura Angolana,Grecima, Luanda 2014
A Praia de Santiago , a norte do Cacuaco, na Província do Bengo (Angola), é um singular mercado de peixe. Colorido, vivo, autêntico, pitoresco, apresenta-se em insólito espectáculo onde a arte da pesca se mistura com a arte do comércio no seu laborar mais primevo e artesanal. Não há lota. Não há intermediários. Não há revenda ou taxas . Se um barco aparece , uma infindável multidão invade o mar e rodeia o barco, fazendo-o desaparecer do nosso horizonte até esgotar o peixe e saciar toda aquela imensa clientela. Com as quitandas carregadas de peixe, as quitandeiras sentam-se na areia e entregam-se, de imediato, ao velho negócio da venda. Disciplinadas e melódicas apregoam louvores aos respectivos produtos , lançando a quem passa sorrisos prometedores de boas e frescas compras.
Resistir a quem assim recebe é um acto impossível e um imperdoável erro. Na Praia de Santiago, o areal é o reino de quem vive e gosta de peixe. Os banhistas são as crianças dos homens e das mulheres que vivem do Mar. Mas a Praia de Santiago acolhe-nos com a simplicidade e a gentileza de um povo que se apoia nos ritos iniciáticos e nos valores ancestrais.
Resistir a quem assim recebe é um acto impossível e um imperdoável erro. Na Praia de Santiago, o areal é o reino de quem vive e gosta de peixe. Os banhistas são as crianças dos homens e das mulheres que vivem do Mar. Mas a Praia de Santiago acolhe-nos com a simplicidade e a gentileza de um povo que se apoia nos ritos iniciáticos e nos valores ancestrais.
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