terça-feira, 7 de abril de 2015

Dá-me a tua mão

Vim de um labirinto de colinas e alguma coisa desse nó fica em tudo o que faço, seja verso, seja prosa.
Escrever […] É a sensação de ter estado por umas horas na minha pátria real, no meu costume, no meu desejo à solta, na minha liberdade total.
- Gabriela Mistral, em "Antologia poética Gabriela Mistral". [Sel., trad., e apres., de Fernando Pinto do Amaral]. Lisboa: Editorial Teorema, 2002, p. 14.                  
                 
DÁ-ME TUA MÃO

                   Dá-me tua mão, e dançaremos;
                   dá-me tua mão e me amarás.
                   Como uma só flor nós seremos,
                   como uma flora, e nada mais.

                   O mesmo verso cantaremos,
                   no mesmo passo bailarás.
                   Como uma espiga ondularemos,
                   como uma espiga, e nada mais.

                   Chamas-te Rosa e eu Esperança;
                   Porém teu nome esquecerás,
                   Porque seremos uma dança
                   sobre a colina, e nada mais.
                  Gabriela Mistral, in Antologia PoéticaSelecção, tradução e apresentação
                  de Fernando Pinto do Amaral, Lisboa: Editorial Teorema, 2002

Gabriela Mistral,  "pseudónimo de Lucila de Maria do Perpétuo Socorro Godoy Alcayaga (Vicuña/Chile, 7 de Abril de 1889 – Nova Iorque/EUA, 10 de Janeiro de 1957), foi uma poeta, diplomata e pedagoga chilena. Gabriela Mistral, nome maior  da Literatura chilena e Latino-americana, foi a primeira pessoa latino-americana e a primeira mulher americana a ser agraciada com o Prémio Nobel de Literatura, em 1945."
Ao longo da sua vida publicou uma extensa e diversa obra literária.

Talvez o pecado original seja apenas a nossa queda na expressão racional e anti-rítmica à qual desceu o género humano […]- Gabriela Mistral, em "Antologia poética Gabriela Mistral". [Sel., trad., e apres., de Fernando Pinto do Amaral]. Lisboa: Editorial Teorema, 2002, p. 14.   

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