Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento
Belezas são coisas acesas por dentro
Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento
Lágrimas negras caem, saem Dói”
«“Lágrimas Negras” (Jorge Mautner – Nelson Jacobina) é um grande momento do disco Cantar de 1974 de Gal Costa. Canção melancólica, triste, visceral, de uma beleza ímpar. 1973 tinha sido o ano do fim do milagre brasileiro, da grande crise mundial do petróleo. Não se falava em outra coisa naquele ano a não ser no “ouro negro”. Num paradoxo poético, recheado de eufemismos, a música dá às lágrimas a cor e densidade do petróleo. Lágrimas negras inundavam o mundo, o fim dos sonhos flower power. Como num cortejo fúnebre, a voz de Gal Costa esvai-se da melancolia da letra, dando um tom triste, definitivo, que contrasta com a leveza de várias faixas. Se ela começou “contente” com “Barato Total”, ela termina triste, densa, com “Lágrimas Negras”; são nestes contrastes que a Gal Costa tropicalista sobressai à Gal Costa bossanovista." in Virtuália
Cantar apresentou uma Gal Costa mais amadurecida e sofisticada nas interpretações, distanciada dos arroubos juvenis e dos cabeludos de então. E para quem ainda duvidava até onde ela poderia chegar, o coro da canção “O Céu e o Som” professava claramente:
“Quem foi que disse que essa mulher não voa?”»
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