Espaço aéreo islandês encerrado por fumo e cinzas do vulcão Grimsvotn
O espaço aéreo islandês foi temporariamente encerrado na manhã de ontem devido à erupção do vulcão Grimsvotn, o mais activo da Islândia, anunciou a autoridade aeroportuária daquele país.
Os principais aeroportos internacionais da Islândia foram encerrados ontem às 08:30 locais (09:30 em Lisboa) devido a nuvem de cinzas e fumo que já atinge uma altitude de mais 15 quilómetros.
O encerramento do espaço aéreo islandês deverá continuar em vigor "pelo menos nas próximas horas", anunciou a porta-voz da autoridade aeroportuária islandesa (ISAVIA), Hjordis Gudmundsdottir, citada pelas agências.
De acordo com esta responsável, será feito um novo ponto de situação as 12:00 locais (mais uma hora em Lisboa).
Apesar do encerramento do espaço aéreo islandês, a ISAVIA e cientistas acreditam que a erupção do Grimsvotn não irá provocar o caos nos transportes aéreos tal como aconteceu em 2010 com as erupções do Eyjafjallajokul.
A nuvem de cinzas e fumo já cobre uma boa parte da Islândia, mas não se dirige à Europa, explicou Hjordis Gudmundsdottir.
Relatos de residentes na zona do vulcão descrevem colunas de fumo que podem ser vistas de vários locais da região sul da Islândia, e o Instituto Meteorológico local já confirmou a atividade do vulcão.
Localizado no glaciar Vatnajokull, o vulcão Grimsvotn registou as maiores erupções em 1922, 1933, 1934, 1938, 1945, 1954, 1983, 1998 e em 2004, sendo que a maioria das erupções prolongou-se entre uma e três semanas.
No ano passado, a nuvem de fumo e cinzas do vulcão Eyjafjallajokul levou ao encerramento do espaço aéreo europeu durante cinco dias e afectou milhões de passageiros.Lusa
PS faz desaparecer imigrantes da campanha depois do escândalo
As dezenas de imigrantes paquistaneses e indianos que têm agitado bandeiras, dado apertos de mão ao secretário-geral do Partido Socialista nos últimos dias e enchido salas de comício não compareceram ontem na campanha do PS em Campo Maior. A direcção de campanha garantiu ao i que se trata de uma "estrutura voluntária que não é controlada" e que poderá não voltar a aparecer. O desaparecimento destes apoiantes -comerciantes do Martim Moniz, em Lisboa, e trabalhadores da construção civil que estiveram com José Sócrates em Beja, Coimbra e no comício de Évora de sábado - acontece depois de os órgãos de comunicação social, atraídos pelos turbantes, terem começado a fazer perguntas.
"Sócrates é muito boa pessoa, tratou de dar nacionalidade, tratou de tudo", disse ao i um dos indianos presentes no comício de Sábado em Évora, onde foram poucos os alentejanos a encher a sala e visível a população de turbantes. A campanha garante que os imigrantes "se ofereceram em Lisboa como voluntários para acompanhar a comitiva socialista". Ainda assim, há entre os viajantes casos de fome e garantias de que a presença nos comícios é trocada pela certeza de uma refeição quente.
Ontem, o tema foi abordado indirectamente pelo candidato centrista. "Não é preciso trazer gente de fora, nem em transporte colectivo organizado pelo partido. A gente está aqui porque quer e porque está a pensar seriamente votar CDS", afirmou Paulo Portas em Ponte Lima. Nas redes sociais, também houve ecos. Nogueira Leite, conselheiro económico do PSD, ironizou, dizendo que o alegado apoio dos imigrantes nos comícios socialistas em troca de refeições era um exemplo do Estado social que Sócrates defendia.
Publicitado o caso, desapareceram, primeiro, alguns turbantes - substituídos por chapéus de campanha do PS. Depois, sumiram-se os imigrantes, muitos que mal articulavam uma palavra em português e que não podiam votar nas eleições legislativas de 5 de Junho por não terem nacionalidade portuguesa. A duvida fica: se foram transportados de Lisboa para o Alentejo no autocarro socialista como é que regressaram a casa?
Nos últimos dias, José Sócrates tem tentado encostar o PSD à direita, numa tentativa de captar votos ao centro. Uma estratégia seguida desde o início da campanha oficial. O secretário-geral socialista agitou o fantasma do regresso aos tempos da ditadura, se o PSD vencer as eleições. "O que ele querem é que haja uma educação para pobres e outra para ricos como havia antes do 25 de Abril", disse o candidato em Elvas, depois de já ter dito em Ourém que o país "teve uma ditadura que nunca apostou na educação", reservada nesses tempos "às elites".
A intenção dos socialistas é a de distanciar o projecto de Passos Coelho da social-democracia e colá-lo o mais possível à direita. Nas muitas referências feitas ao PSD nos primeiros dois dias de campanha, Sócrates critica o projecto de revisão constitucional e as alterações que o programa de Passos preconiza para o Estado social. "O modelo social europeu não é só património dos socialistas, é também dos social-democratas e da doutrina social da igreja católica", afirmou Sócrates, num almoço, no sábado, em Ourém, acusando Passos Coelho de ter "um preconceito social".
O discurso do PS não foge muito do guião definido para esta campanha e passa essencialmente por ataques ao PSD e pela defesa do Estado social, principalmente em áreas como a educação a saúde e o trabalho. "Lutaremos contra o aventureirismo privatizador da direita nas funções sociais do Estado", disse Pedro Marques, cabeça-de-lista por Portalegre, em Elvas.
Os ataques a Passos Coelho não são só feitos pelo secretário-geral do PS e vários socialistas têm realçado o facto de o presidente do PSD não ter experiência de governo. "Não tem experiência, nem equipa", disse o ministro da Agricultura, António Serrano, num almoço em Ourém no Sábado. Umas horas depois em Évora foi Capoulas Santos a acusar Passos Coelho de ter enviado o seu "putativo ministro das Finanças para o exílio no Brasil". Em declarações ao i, o ex-director de campanha de Sócrates para a liderança do PS disse que Catroga "tem muito poucas condições" para integrar um governo de coligação, se o PS vencer as eleições e fizer uma aliança com os sociais-democratas, e classificou como "um susto" a "entourage" de Passos Coelho.
A presença de Sócrates nas arruadas é contida e o PS aposta sobretudo nos almoços e nos comícios ao fim do dia. Em Campo Maior - terra com uma forte influência do comendador Rui Nabeiro, dono da Delta Cafés - o PS conseguiu, até agora, a melhor arruada. Os imigrantes indianos e paquistaneses foram substituídos ontem na rua pelos trabalhadores das empresas do grande magnata do café - o principal empregador da região. O secretário-geral do PS não tem escapado a algumas críticas dos populares, que se insurgem contra a situação a que o país chegou e, como dizia um habitante de Évora, contra "os luxos gastos em campanha". Os socialistas já garantiram que vão gastar menos do que o habitual, mas não abdicaram - como os partidos de direita - dos outdoors, embora só tenham colocado um cartaz em cada distrito. Jornal I
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