"Tropa de Elite 2" nos cinemas, em Portugal. Tal como o primeiro é um filme violento com imagens de grande força que tentam recriar uma realidade marginal, mas poderosa. Na tela repetem-se cenas vividas na vida real e que ficcionadas pela subtil "sétima arte" espelham o quotidiano de muita gente.
"A guerra continua, mas o alvo desloca-se dos narcotraficantes para os senhores do crime. A acção salta 15 anos em relação ao primeiro filme, de modo a chegar à actualidade. Em "Tropa de Elite 2 - o inimigo agora é outro", os inimigos deixam de ser os narcotraficantes para passarem a ser os políticos corruptos que controlam os negócios das favelas do Rio de Janeiro.
"A guerra continua, mas o alvo desloca-se dos narcotraficantes para os senhores do crime. A acção salta 15 anos em relação ao primeiro filme, de modo a chegar à actualidade. Em "Tropa de Elite 2 - o inimigo agora é outro", os inimigos deixam de ser os narcotraficantes para passarem a ser os políticos corruptos que controlam os negócios das favelas do Rio de Janeiro.
"Tropa de Elite 2 - o inimigo agora é outro" chegou, ontem, aos cinemas nacionais após ter-se tornado no filme brasileiro mais visto de sempre (estreado no Brasil em Outubro, em Dezembro já atingira os 11 milhões de espectadores - superando o número de espectadores de "Dona Flor e Seus Dois Maridos").
José Padilha, - o realizador que já antes de se ter aventurado no primeiro "Tropa de Elite", levara a cabo "Ônibus 174", o documentário sobre o assalto e tomada de reféns num autocarro - descobriu na crua realidade da violência do Rio de Janeiro, um ingrediente para a sua fórmula de sucesso.
Em "Tropa de Elite", José Padilha colocava-se claramente na perspectiva de defesa dos polícias que não se deixavam corromper, que apresentava como vítimas da denúncia da violência policial movida pelos "intelectuais de esquerda".
Seu Jorge como prisioneiro amotinado
Neste segundo filme dá continuidade a essa perspectiva, mas o argumento dá outra volta, focando agora o modo como facilmente uma classe política corrupta e sem escrúpulos se aproveita dos media para se eleger, ao mesmo tempo que controla o mundo do crime.
O músico Seu Jorge aparece na fase inicial, como o prisioneiro que lidera uma rebelião na penitenciária de Bangu 1.
Os BOPE - as forças impolutas da polícia militar, que no primeiro filme moviam uma guerra implacável contra o narcotráfico nas favelas cariocas - são chamadas para controlar a situação.
O coronel Nascimento (Wagner Moura) reaparece, a liderar a operação, assim como o seu velho amigo e colega André Matias (André Ramiro), que será um dos BOPE com a missão de entrar na zona tomada pelos prisioneiros.
O novo rival de Nascimento
Entretanto, Diogo Fraga (Marcelo Freixo), um historiador e activista dos direitos humanos, surge na prisão com autorização para entrar e negociar com os presos.
A situação irá descontrolar-se, dando ao activista uma oportunidade de ouro para voltar a manchar a imagem das forças policiais junto dos media.
Fraga é agora um dos principais opositores de Nascimento e o pior é que ele é também o novo marido da sua ex-mulher e, logo, padrasto do seu filho, por esta altura já adolescente.
Apesar do saldo sangrento da operação dos BOPE na prisão, Nascimento surge como um herói para uma larga camada da opinião pública, sedenta de alguém que faça frente a um ambiente de insegurança generalizado, e os seus superiores não vêem outra alternativa senão promovê-lo a sub-Secretário de Estado dos Serviços de Informação da Segurança Pública do Rio de Janeiro, deixando a Matias o papel de arcar com as culpas, destituindo-o dos BOPE e voltando a colocá-lo como um mero polícia de rua.
Nascimento aproveita a sua nova posição, para em acções concertadas com os BOPE acabar com o narcotráfico das favelas.
A estratégia parece resultar, só que em breve Nascimento irá dar-se conta de como o mundo do crime se consegue rapidamente readaptar, criando toda uma nova série de esquemas.” Alexandre Costa (www.expresso.pt)
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