A maior base de dados estatísticos sobre Portugal, a PORDATA com acesso universal e gratuito, estará aberta a partir de hoje na Internet, resultado de uma iniciativa da Fundação Francisco Manuel dos Santos, presidida pelo investigador António Barreto. Disponível em www.pordata.pt, reúne estatísticas sobre "quase todos os capítulos da sociedade portuguesa", com dados relativos aos últimos 50 anos, fornecidos por mais de 30 entidades que produzem estatísticas certificadas, segundo explicou Barreto à Lusa.
Barreto dedica o melhor de si à Fundação, cujo grande objectivo é "pensar, estudar e contribuir para o melhor conhecimento da realidade portuguesa", como se lê na sua carta de princípios. Em entrevista ao i, o sociólogo tinha já anunciado o projecto, que tinha como deadline a Primavera de 2010: “chama-se PORDATA, nome já registado, que serve para o mundo inteiro e para a net, sem acentos circunflexos, nem til, nem cedilhas... Por baixo há um subtítulo, "Base de Dados Portugal Contemporâneo": é a tentativa de agregar, organizar e homogeneizar os dados existentes sobre Portugal desde 1960 até hoje, em todos os domínios: demográfico, sanitário, educativo, populacional, emprego, desemprego, salários, vencimentos, justiça, cultura”.
Na PORDATA podem ser consultados valores diários e anuais, com destaque para os nascimentos e óbitos, o número de jornais em revistas em circulação e os valores da despesa pública com saúde e educação. Os dados não são estáticos, pelo contrário, têm actualização automática e em tempo real. Por exemplo, a cada jornal ou revista vendidos em Portugal, o número cresce, ou a cada utente atendido pelo SNS a despesa com saúde também aumenta.
No entanto, a PORDATA é mais do que uma grande base de dados, já que permite ao utilizador escolher e cruzar variáveis, criar os seus próprios quadros e gráficos "estáticos e dinâmicos", calcular taxas de variação e percentagens. Tudo, no máximo, em três cliques, segundo os responsáveis pelo projecto.
À semelhança do que se faz lá fora, agora os cidadãos portugueses podem, de forma rigorosa, “formar a sua opinião” e, logo, criar consciência da realidade social portuguesa. Isto, segundo o investigador, “contribui em larga escala para o desenvolvimento da sociedade, o reforço da cidadania e a melhoria das instituições públicas”
Por Nelma Viana, Publicado em 23 de Fevereiro de 2010, no Jornal i
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