Canto para Angola
Hei-de compor um dia
um canto sem lirismo
nem tristeza
digno de ti, ó minha terra.
Hei-de compor um canto
livre e sem regras
que de boca em boca vai partir
nos lábios de velhos e meninos.
Será o canto do pescador
com todos os sons do mar
com os gemidos do contratado
nas roças de São Tomé.
Será o canto de todos os dramas
do algodão do Lagos & Irmão
o das tragédias nas minas
da kitota e da Diamang.
Será o canto do povo
o canto do lavrador
e do estudante
do poeta
do operário
e do guerrilheiro
falando de toda Angola
e seus filhos generosos.
Hei-de compor um dia
um canto sem lirismo
nem tristeza
digno de ti, ó minha terra.
livre e sem regras
que de boca em boca vai partir
nos lábios de velhos e meninos.
com todos os sons do mar
com os gemidos do contratado
nas roças de São Tomé.
do algodão do Lagos & Irmão
o das tragédias nas minas
da kitota e da Diamang.
o canto do lavrador
e do estudante
do poeta
do operário
e do guerrilheiro
falando de toda Angola
e seus filhos generosos.
Jofre Rocha, in Assim
se fez madrugada, Edições 70, 1977
Andar de olhos abertos. Descobrir. Absorver. Deixar entrar tudo o que se abarca numa diversidade desconcertante é o desassossego dos dias em África. Imparável, inebriante, imprevista, incómoda, infinda, inigualável, inquieta… importuna quem avista para se intrometer sem permissão. Em África, estar ou viver é sempre in e dificilmente out.
Quem nasceu, viveu ou visitou África ficou preso na beleza daqueles largos horizontes. O fascínio desse imenso continente captura para sempre quem ousa mergulhar no mar dos muitos e longos areais, quem se perde na frondosa vegetação das suas terras , quem se atreve a descobrir a savana, o planalto ou o deserto.
Escolher para onde ir, quando tudo se insinua em desconhecida volúpia paisagística, é o maior desafio para quem chega ou (re) torna a Angola.
Angola, país africano, que celebra hoje o 49º aniversário da independência. Um país de gente que labuta e que sonha .Um país de gente que sempre almejou um futuro sem pobreza e sem injustiça social.
Descobrir Angola é também ouvir o seu cantar . A canção foi e será uma das mais vigorosas expressões do sentir angolano.
Paulo Flores com Yuri da Cunha , em Njila ia Dikanga .
Rui Mingas, em Undengue Uami ("A minha Infância") .[Legendado]
O incomparável Waldemar Bastos, em Muxima.
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