Canção à Ausente
Para te amar ensaiei os meus lábios.Deixei de pronunciar palavras duras.
Para te amar ensaiei os meus lábios!
Para tocar-te ensaiei os meus dedos...
Banhei-os na água límpida das fontes.
Para tocar-te ensaiei os meus dedos!
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!
Pus-me a escutar as vozes do silêncio...
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!
E a vida foi passando, foi passando...
E, à força de esperar a tua vinda,
De cada braço fiz mudo cipreste.
A vida foi passando, foi passando...
E nunca mais vieste!
Pedro Homem de Mello, in Segredo, Lello & Irmão Editores, 1953, Porto
Portugal tem vozes com que podemos ensaiar os ouvidos. Habituá-los ao requinte do talento que germina por este país. Há gente a cantar com primorosa musicalidade e ritmo. São vozes que sabem chegar para lá do silêncio , numa junção de sedução e beleza.
Carminho, em Canção à Ausente. Letra: Pedro Homem de Mello. Música: Carminho.
Sara Correia, em Avisem Que Eu Cheguei. Letra: Carolina Deslandes. Música: Carolina Deslandes e Diogo Clemente.
Pedro Abrunhosa, em Não Te Ausentes De Mim. Música: Pedro Abrunhosa. Letra: Pedro Abrunhosa.
Marco Rodrigues, em A Minha Casa. Letra: Marco Rodrigues e Tiago Machado. Música: Tiago Machado.
A Gaivota, por Cristina Branco, Raquel Tavares e Ricardo Ribeiro, orquestração de Daniel Bernardes, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e Coro Participativo, sob a direcção do Maestro Jan Wierzba, no espectáculo “Amália na América — além do fado”. Uma iniciativa ÉGIDE - Associação Portuguesa das Artes.

Sem comentários:
Enviar um comentário