quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Prémio Literário Eugénio Lisboa


Quase meia centena de candidatos concorreram ao Prémio INCM/Eugénio Lisboa 
"Findo o prazo de recepção das candidaturas à 4.ª edição do Prémio INCM/Eugénio Lisboa, a 28 de Setembro, a Imprensa Nacional recebeu quase meia centena de trabalhos concorrentes,  um número recorde em ano de pandemia e que reflecte um efectivo crescimento deste importante galardão para a Língua Portuguesa, sinalizando também um proeminente interesse dos moçambicanos (ou cidadãos a residir em Moçambique há pelo menos 10 anos) no que à prosa literária diz respeito. De notar que na edição anterior, em 2019, foram recepcionadas 12 candidaturas. 
O Prémio INCM/Eugénio Lisboa foi criado, em 2017, pela Imprensa Nacional, dando corpo à sua missão de promoção e preservação da língua portuguesa e tendo em consideração a relevância de Eugénio Lisboa, enquanto cidadão e homem de cultura nascido em Moçambique. O concurso premeia trabalhos inéditos de grande qualidade no domínio da prosa literária e, além de uma componente pecuniária, no valor de 5000 euros, contempla igualmente a publicação das obras distinguidas em cada edição. 
 O júri é composto por Mbate Pedro, que o preside, Sara Laisse e a editora Paula Mendes, da Imprensa Nacional. De recordar que Mundo Grave, de Pedro Pereira Lopes, Saga d’Ouro, de Aurélio Furdela, e A Ilha dos Mulatos, de Sérgio Simão Raimundo, foram os vencedores das edições anteriores. 
O Prémio INCM/Eugénio Lisboa já atribuiu também várias menções honrosas: Bebi do Zambeze, de António Manna, Sonhos Manchados, Sonhos Vividos, de Agnaldo Bata, O homem que vivia fugindo de si, de Japone Matias Loudel Caetano Agostinho, e ainda O amor que há em ti, de Néusia de Larsane Abílio Pelembe. 
O vencedor da concorrida edição deste ano deverá ser conhecido a 30 de Novembro de 2020."
INCM (Imprensa Nacional Casa da Moeda), publicado a 30 de Setembro de 2020
Sobre Eugénio Lisboa

                                A cidadezinha de Lourenço Marques podia passar por uma das mais                                                                           bonitas do continente africano - era-o nos anos trinta, que foram os da                                                                         minha infância e era-o, tanto ou mais, em 1976, ano em que a deixei para sempre.
                                                  Eugénio Lisboa, "Acta Est Fabula - Memórias-I-Lourenço Marques"

Eugénio Lisboa é uma das  personalidades  maiores,   senão a mais erudita e sábia, do actual panorama literário e cultural português. Poesia, Crónica, Ensaio, Crítica Literária, Memórias, Diário,  Docência, Diplomacia Cultural e  Gestão  de Companhias Petrolíferas são algumas das áreas a que se dedicou  este homem singular. Engenheiro electrotécnico de formação, Eugénio Lisboa cultivou, com argúcia e sabedoria, as Humanidades. Não seria um mais brilhante homem da nossa Literatura, se tivesse optado por outra formação académica. Aliou ao sentido claro  e rigoroso da Ciência a beleza de uma subtil sensibilidade humanista  que guindam   a sua elegante escrita a um patamar de excelência. 

Eugénio Lisboa  nasceu a 25 de Maio de 1930, em Lourenço Marques, a capital da  memória, como afirma. Em 1947 , veio para Lisboa, frequentar o IST. Cumpriu o serviço militar em Mafra e Portalegre, onde conheceu José Régio. Licenciado , regressou a Moçambique para ser feliz e, aí,  residir  até 1976.

Em 1977, é colocado na Universidade de Estocolmo, como Professor e coordenador dos cursos de Literatura Portuguesa e responsável do ensino da Língua Portuguesa na Suécia. De 1978 a 1995, vive em Londres, como Conselheiro Cultural da Embaixada Portuguesa no Reino Unido. Em 1995, instala-se definitivamente em Portugal , onde passa a exercer o cargo de Presidente da Comissão Nacional da UNESCO até 1998. Entretanto , foi sendo um académico distinto, leccionando sucessivamente nas universidades de Lourenço Marques, Pretória, Estocolmo, Londres e finalmente Aveiro até 2002.

Recebeu um Doutoramento Honoris Causa  em Letras, na Universidade de Nottingham, Inglaterra e outro  da Universidade de Aveiro, em Portugal. 

Tem publicadas várias dezenas de obras ,  quase uma centena, que receberam os mais diversos   Prémios Literários como Prémio da Cidade de Lisboa, Prémio Jacinto do Prado Coelho, Prémio da Literatura Biográfica da APE, Prémio Tributo de Consagração ( 2018).

Homenageado  e celebrado,  foi  distinguido pelo estado português com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1980), da Ordem de Mérito (1993) e da Ordem de Sant'Iago da Espada (2019).

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