quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Morreu Francisco Pinto Balsemão

Morreu Francisco Pinto Balsemão
"O fundador do Expresso e da SIC e um dos fundadores, com Francisco Sá Carneiro, do Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata PSD), morreu esta terça-feira, aos 88 anos
Francisco Pinto Balsemão morreu esta terça-feira, aos 88 anos, de causas naturais.
A notícia da morte do antigo primeiro-ministro foi transmitida pelo presidente do PSD, Luís Montenegro, durante o Conselho Nacional do partido. Quase à mesma hora, em comunicado, a Impresa, grupo de comunicação social que fundou, informou que Francisco Pinto Balsemão morreu “de causas naturais” e que “os seus últimos momentos foram acompanhados pela família”.
Balsemão foi fundador, em 1973, do semanário o Expresso, ainda durante a ditadura, e da SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992.
Em simultâneo com a sua atividade de advogado, iniciou a sua carreira como jornalista no “Diário Popular”, detido maioritariamente pelo seu tio, Francisco Balsemão, tendo ocupado os cargos de secretário da direção, de 1963 a 1965, e administrador da empresa do jornal, de 1965 a 1971.
Em 1969, integrou a chamada “Ala Liberal”, como deputado independente na Assembleia da República, funções que ocupa até 1973. Nesse ano, lança o seu primeiro livro – “Mentalização para a Eficiência”, a que se segue “Informar ou Depender?”, em 1971.
Com 36 anos, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota, a 6 de Maio de 1974, o Partido Popular Democrático (PPD), agora Partido Social Democrata, sendo o seu militante n.º 1. Foi deputado à Assembleia Constituinte em 1975 e seu Vice-Presidente, tendo sido membro da comissão que elaborou a Lei de Imprensa de 1975, a primeira após o 25 de abril de 1974. Em 1979 e em 1980, foi eleito Deputado à Assembleia da República, pelo círculo do Porto. Em 1980, foi nomeado Ministro de Estado Adjunto do primeiro-ministro no VI Governo Constitucional, de 1980.
Nesta altura, entrega a sua Carteira Profissional de Jornalista, que possuía desde 1963, com o n.º 18.
Na sequência da morte de Francisco Sá Carneiro, assume o cargo de Primeiro-Ministro de Portugal, nos VII e VIII Governos Constitucionais, de 9 de janeiro de 1981 a 9 de junho de 1983. Também em 1981, assume a presidência do Partido Social Democrata e as funções de Presidente da Comissão Política Nacional do PSD entre 1981 e 1983. Foi o fundador e presidente do Conselho de Administração do Instituto para o Progresso Social e Democracia, de 1983 e 1986, Presidente do seu Conselho Geral (1987 a 1989), sendo, desde 1998, Presidente do Conselho Geral do Instituto Sá Carneiro. Ocupou outros cargos no PSD, como Presidente do Congresso, em 1985 e 1986. Em 1985, lança o livro “Estabilizar a Política para Criar a Confiança”.
Em 1987, tornou-se professor associado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, cargo que ocupa até 2002. Durante 15 anos, ajudou a formar centenas de jornalistas com a sua cadeira de “A Mutação dos Media nos países desenvolvidos e as suas consequências para Portugal”.
Em 1990, foi eleito Presidente do Institute for Media com sede em Dusseldorf, Alemanha, funções que desempenhou até 1999.
A 6 de outubro de 1992, com 55 anos, lançou a SIC, o primeiro canal de televisão privado em Portugal. Nos anos seguintes, a SIC cria vários canais temáticos: SIC Notícias, SIC Radical, SIC Mulher, SIC Caras, SIC K e SIC Novelas, além da sua plataforma de streaming Opto.
Em 2008, nas comemorações dos 35 anos do Expresso, é convidado para voltar a dirigir o jornal por uma semana no número de aniversário. Também nesse ano, por unanimidade, o Secretariado da Comissão da Carteira Profissional do Jornalista.
Em 2010, recebe dois Doutoramentos Honoris Causa, pela Universidade Nova de Lisboa e pela Universidade da Beira Interior, tendo recebido anos mais tarde também o Doutoramento Honoris Causa da Universidade Lusófona
A sua última intervenção política, já doente, aconteceu há exatamente 35 dias, em 16 de setembro, através de uma mensagem escrita de apoio ao candidato presidencial Luís Marques Mendes, ex-presidente do PSD.
Luís Montenegro anunciou que o Governo pretende decretar um dia de luto nacional para a data do funeral de Francisco Pinto Balsemão." Artigo publicado pela revista Visão

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