Alfama, o bairro que se estende para detrás desta fachada de palácio, deve o seu nome às boas águas de nascente que brotam um pouco por todo o bairro, aí encontraremos muitas fontes e chafarizes de que há notícia desde a Idade Média, sendo o mais conhecido o Chafariz D’el Rei. Um pouco mais à frente encontramos o Chafariz de Dentro ou dos Cavalos.
Mas o que mais nos prende a atenção neste largo é sem dúvida a Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa que lhe fica defronte. Entremos para prestar homenagem aos grandes nomes que honraram com as suas vozes a canção de Lisboa. São inúmeros os fadistas, em boa hora representados num painel que fica ao fundo do Museu. Vale a pena avivar a memória, destacando alguns cujas toadas ainda ressoam na nossa memória. Mesmo que a listagem se possa tornar exaustiva, todos eles merecem o quadro da glória e a palma da fama que os vai libertando da lei da morte. Entre os castiços lembram-se Alfredo Marceneiro, Rodrigo, Hermínia Silva, Natércia da Conceição; entre os fadistas de revista, Maria José Valério, Vasco Rafael e Tony de Matos; do fado aristocrata ou de salão podem-se apontar Teresa Siqueira, os Câmara – o pai Vicente da Câmara e o filho José da Câmara -, Luz Sá da Bandeira, Maria Teresa de Noronha, João Braga, António Pinto Basto, Tristão da Silva e os irmãos Câmara Pereira. E, finalmente, as divas: Maria da Fé, Argentina Santos, Cidália Moreira, Lucília do Carmo (mãe do conhecido Carlos do Carmo), Natércia Maria, Alda de Castro, Celeste Rodrigues (irmã da maior diva de sempre do fado, Amália Rodrigues). Tal como a Amália, o fado nunca morrerá, por isso aqui se registam dois jovens nomes irrefutáveis: Camané e Dulce Pontes. Mas muitos mais se poderiam referir como Mafalda Arnauth, Maria Ana Bobone, Rodrigo Costa Felix e outros que farão a glória do fado no século XXI.
Assim, Vasco da Gama (1469?-1524) ladeia o Rei D. Manuel, (1469-1521), Dom José (1714-1777) surge na sequência do Marquês de Minas, e finalmente o grande defensor da identidade nacional, Nuno Álvares Pereira (1360-1431). O painel do lado direito é todo dedicado a uma plêiade de famosas figuras do glorioso passado português: Martim Moniz 1147, Nuno G. de Faria 1373, Duarte de Almeida 1476, os heróis da Índia, D. Francisco de Almeida, D. João de Castro e D. Duarte de Menezes. O pintor Alves de Sousa, autor deste painel de 1913, não quis deixar de fazer figurar o lídimo "cantor" da gesta nacional, Luís de Camões (?- 1580) como não podia deixar de ser, já que Portugal, país de poetas, escolheu este poeta para símbolo da própria pátria. Mas sobrou ainda espaço para outra personagem já do século XVIII, Lopo de Mendonça 1717. Do lado oposto, o painel do teto foi pintado por M. Oliveira: vê-se uma homenagem à cidade de Lisboa, e em torno dela novamente grandes do passado onde se contam o navegador Fernão de Magalhães que, com a sua viagem de circum-navegação deu o nome ao Estreito, (cª 1480-1521), o Infante D. Henrique (1394-1460), o Conde de Amarante 1814, Pero da Covilhã 1387, D. João II (1455-1495), grande impulsionador dos Descobrimentos, Conde de S. Maria 1833 e Afonso de Albuquerque (1445/1462-1515), herói da Índia."
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