domingo, 11 de agosto de 2019

Ao Domingo Há Música

                         
                             Deixem-me ouvir, uma vez mais, esses sons que foram,
                            durante tanto tempo, a minha consolação e alegria
                                Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791)


Esses sons, de que fala Mozart,  têm sido a via que permite ao  desejo  alcançar um sonho de transcendência e serenidade, longe do mundo, pairando  num voo cósmico, com as asas abertas na direcção de vastas distâncias.  E eu queria engolir os céus que para mim nunca se abriram…Assim dizia E. M. Ciroran, n'O Livro das Ilusões,  ao aconselhar a  música de Mozart e de Bach como remédio contra o desespero. Na sua pureza aérea,  chega , às vezes, a alcançar uma sublime gravidade melancólica,  que nos faz sentir leves, diáfanos e angélicos.Temos então a impressão de que em nós, seres inconsoláveis, crescem asas que nos lançam num voo sereno, acompanhado de discretos e velados sorrisos, numa eternidade de evanescente encanto e de doces e acariciantes transparências. (...) há finais de sinfonias que muitas vezes  levam a perguntar se não seremos o princípio e o fim.

A Música de Amadeus Wolfgang Mozart, Piano Concerto nº 23,  numa singular interpretação de Khatia Buniatishvili,   em  Le Concert de Paris,   a 14 de Julho de 2019.

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