quinta-feira, 1 de maio de 2025

Viva o 1º de Maio

" O 1º de Maio é o Dia do Trabalhador, data que tem origem na primeira manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago, e numa greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886. Cinco anos depois, em 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, em França, uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago. A primeira acabou com 10 mortos, em consequência da intervenção policial. São os factos históricos que transformaram 1 de Maio no Dia do Trabalhador. Até 1886, os trabalhadores jamais pensaram exigir os seus direitos, apenas trabalhavam." Apenas em 1919, o governo francês diminuiu a carga horária de trabalho para as 8 horas  e proclamou o dia 1º de Maio como feriado nacional.
Multidão durante as comemorações do dia 1º de Maio de 1897
no antigo Largo de Camões,actual D. João da Câmara no Rossio,
 em Lisboa. Foto do blogue "Histórias com História"
Comemoração do 1º de Maio de 1919

Em Portugal, o dia começou a ser assinalado logo em 1890. Todavia, as comemorações cessaram com o início do regime do Estado Novo, embora se tenham registado algumas manifestações como a dos trabalhadores dos campos do Alentejo,em 1962 .
Com a Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, o 1º de Maio regressou em plenitude, como uma grande manifestação laboral. É a partir dessa data, que se inicia um processo de dignificação da classe trabalhadora portuguesa e se institui essa data, como feriado nacional.

A Literatura e a Música , como representação de uma visão de mundo, sempre reflectiram as questões relacionadas com o Homem nas suas mais variadas vertentes e, por tal, a condição social dos trabalhadores e os seus anseios e lutas, ao longo dos anos.
Seleccionamos dois grandes cantores , um português ,outro brasileiro , que demonstram a validade destas afirmações

Zeca Afonso, em De não saber o que me espera, do Álbum " Fura Fura", 1979

De não saber o que me espera
Tirei a sorte à minha guerra
Recolhi sombras onde vira
Luzes de orvalho ao meio-dia

Vítima de só haver vaga
 Entre uma mó e uma espada
 Mas que maneira bicuda
 De ir à guerra sem ajuda 

Viemos pelo sol nascente
 Vingámos a madrugada 
Mas não encontrámos nada 
Sol e água sol e água 

De linhas tortas havia 
Um pouco de maresia 
Mas quem vencer esta meta
Que diga se a linha é reta
Zeca Afonso
  
Chico Buarque, em Construção, do Álbum Construção, 1971.

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