"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento" Platão
sábado, 31 de maio de 2025
O julgamento
sexta-feira, 30 de maio de 2025
Apontamento biográfico
![]() |
| Lourenço Marques |
(Apontamento biográfico
em versos de sete sílabas)
Em tempos de antigamente,
quando andava no liceu,
numa terra que era quente,
com um mar que era meu,
ali sendo o paraíso,
de pouco fazendo tudo,
muito não sendo preciso,
buscando prazer no estudo,
estudando-me já eu,
a descobrir os mistérios
do sexo no apogeu
e dos dramas do império,
nesses tempos, eu dizia,
em que tudo era grande
e o amor descobria
que a vida se expande,
nesses tempos de começo
de um mundo que se abria,
de viagens sem regresso,
num tempo em que já sabia
que a dor também existe
e que o triunfo se paga,
mesmo quando se não desiste,
pelo preço de uma chaga
que o tempo não amacia;
naquele tempo enriquecido
por tudo que acontecia
e era por mim sentido
ser tesouro amealhado,
- eu sonhava, com fervor,
num futuro apontado
à grandeza e ao amor!
Que sonhar, nessa idade,
mesmo sendo o sonho alto,
não é grande enfermidade
nem dá grande sobressalto!
Foi assim que certo dia,
- havia sol e promessa
e meu coração ardia –
parti, com dor e com pressa,
deixando amores e festas,
a caminho do futuro
que eu pensava sem arestas,
radioso e bem seguro!
Quando se deixa um tesouro,
em busca de outro maior,
trocamos talvez um ouro
por outro muito pior.
E foi assim que parti,
nesse dia de Setembro,
saindo de onde nasci
-ai como disso me lembro!
Foi o futuro o que foi,
cheio do bom e do mau,
pleno de tudo o que dói,
logo que saí da nau.
Nas águas de um novo mar,
comecei nova aventura,
aprendi outro voar
e ganhei grande fartura!
Mas foi no outro oceano,
lá longe, no além mar,
que eu abri todo o pano
e me pus a navegar!
15.05.2020
Eugénio Lisboa,
num regresso ao meu passado Índico, a um tempo mítico que nunca mais esquecerei!
Pensamentos para o mundo
"O homem descobre-se quando se mede com um obstáculo."
Antoine de Saint- Exupéry
"I with great truth catch mere simplicity;
Whilst some with cunning gild their copper crowns"
William Shakespeare
" Não há poder. Há um abuso de poder."
Henry de Montherlant
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Espera…
Espera…
Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!
Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços…
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!
Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!
Espera… espera… ó minha sombra amada…
Vê que pra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo!…
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Há 87 anos nascia uma estrela
![]() |
| NEW MODEL 2025 Volkswagen Beetle turbo Official Reveal |



terça-feira, 27 de maio de 2025
Notas de viagem: Nápoles
![]() |
| Herculano |
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Pensamento do dia
domingo, 25 de maio de 2025
Ao Domingo Há Música
sábado, 24 de maio de 2025
Ouvir o marulho do mar
sexta-feira, 23 de maio de 2025
Porquê esta tristeza inescapável?"
Título: Dez razões (possíveis) para a tristeza do Pensamento
Categoria: Ensaios
Tradução: Ana Matoso
Nº de páginas: 80
Editora: Relógio D'Água
Preço: 14,40€
quinta-feira, 22 de maio de 2025
Viajar pela Indonésia
Uma pessoa só consegue viajar se se deixar ir e aceitar o que todos os locais trazem sem tentar transformá-lo num saudável modelo privativo seu, e suponho que é essa a diferença entre viagem e turismo.
Freya Stark, Riding to the Tigris
quarta-feira, 21 de maio de 2025
Interlúdio Musical
Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor.
Não consigo escrever poesia: não sou poeta. Não consigo dispor as palavras com tal arte que elas reflitam as sombras e a luz, não sou pintor... Mas consigo fazer tudo isso com a música..
Wolfgang Amadeus Mozart
terça-feira, 20 de maio de 2025
Eu ergo a voz
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que ha gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legitima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
Letreiro
Porque não sei mentir,
Não vos engano:
Nasci subversivo.
A começar por mim - meu principal motivo
de insatisfação -,
Diante de qualquer adoração,
Ajuízo.
Não me sei conformar.
E saio, antes de entrar,
De cada paraíso.
Miguel Torga, in Orfeu Rebelde, 1958, Coimbra , Coimbra Editora Lda..
domingo, 18 de maio de 2025
Ao Domingo Há Música
Nem sempre as canções se impõem pelas palavras rebuscadas que possam ter. Insinuam-se , por vezes , apenas por uma pequena palavra que legenda um som e nos impulsiona para lá do momento. É o que pretendem as canções que seleccionámos , cantadas em português.
Gisela João, em Que Amor Não Me Engana , do Álbum Inquieta. Canção de José Afonso.sábado, 17 de maio de 2025
A indiferença num povo livre
1862
sexta-feira, 16 de maio de 2025
Vem comigo
O poema vai na direção do outro. Ele espera juntar-se entregue e desocupado. A obra solitária do poeta escarificando a matéria preciosa das palavras é o acto de expulsar um face a face. O poema torna-se diálogo – ele é frequentemente diálogo perdido,… reencontra, caminhos de uma voz para um tu vigilante.Emmanuel Levinas
pequeno como um deus,
frágil como a terra,
morto como o amor,
falso como a luz,
e eu recebo-te
para a invenção da minha grandeza,
para rodeio da minha esperança
e pálpebras de astros nus.
Nasceste agora mesmo. Vem comigo.
Jorge de Sena, in Perseguição, Tipografia Atlântida, de Coimbra, 1942
Esta voz com que gritei às vezes
não me consola de só ter gritado às vezes.
Está dentro de mim como um remorso, ouço-a
chiar sempre que lembro a paz de segurança estulta
sob mais uma pedra tumular sem data verdadeira.
Quando acabava uma soma de silêncios,
gritava o resultado, não gritava um grito.
Esta voz, enquanto um ar de torre à beira-mar
circula entre as folhas paradas,
conduz a agonia física de recordar a ingenuidade.
Apetece-me explicar, agora, as asas dos anjos.
27/1/42
Jorge de Sena, in Perseguição, Tipografia Atlântida, de Coimbra, 1942
quinta-feira, 15 de maio de 2025
Guerras
Either man will abolish war,or war will abolish man.Bertrand Russell
quarta-feira, 14 de maio de 2025
Um poema e um abraço
para tudo quanto voa:
cardo pedra romã.
ser na manhã corola
de cal, cotovia,
baixando até ser incêndio
de amor rente ao chão.
rosa excremento mar,
possa entrar numa canção.
Eugénio de Andrade, in Os Lugares do Mundo, Assírio & Alvim Editores, Junho de 2013, p.13
E me conforte a cada canto
Não digas nada, que nada é tanto
E eu não me importo
Neste aperto, tão pouco espaço
Não quero mais nada, só o silêncio
Do teu abraço
Já me venci pelo cansaço
E estando longe
Estive tão perto
Do teu abraço
E me aperte, sem me apertar
Que eu já estou perto, abre os teus braços
Quando eu chegar
Esse espaço que me sossega
E quando possas dá-me outro abraço
Só um não chega
Já me venci pelo cansaço
Estando longe
Estive tão perto
Do teu abraço
Já me venci pelo cansaço
E estando longe
Estive tão perto
Do teu abraço
Já me venci pelo cansaço
E estando longe
Estive tão perto
Do teu abraço
Estive tão perto
Do teu abraço
Miguel Gameiro
terça-feira, 13 de maio de 2025
Ave Maria
![]() |
| Nossa Senhora de Fátima |
segunda-feira, 12 de maio de 2025
Pensamento do dia
domingo, 11 de maio de 2025
Ao Domingo Há Música
Maison
Où va-t-on ?
Quand on n’a plus de maison ?
Les fleurs sous le béton,
Maman,
Dis-le-moi,
Où va-t-on ?
Est-ce qu’un jour on sait vraiment ?
Ou est-ce qu’on fait semblant, tout le temps ?
Où va le cœur quand il se perd ?
Dans les doutes et les hivers ?
Pourquoi les jours se ressemblent ?
Est-ce qu’on finit par voir ce qu’on assemble ?
Maman, dis-le-moi.
Au-delà,
De l’orage il y a
De l’amour, de l’amour, de l’amour,
Quand le ciel s’ouvre,
Tout redevient calme
Et tout va bien.
Où va-t-il ?
Le bonheur, ce fil fragile,
Quand il vacille et se brise ?
Maman, dis-le-moi,
Où va-t-il ?
Pourquoi le monde semble si grand,
Quand on devient un peu plus grand qu’avant ?
Que deviennent les rêves qui s’enfuient ?
Et les souvenirs qu’on oublie ?
Est-ce que j’aurai toujours des questions ?
Peut-être que j’en ferai des chansons.
Maman, dis-le-moi.
Au-delà,
De l’orage il y a
De l’amour, de l’amour, de l’amour,
Quand le ciel s’ouvre,
Tout redevient calme
Et tout va bien.
Lili Poe






.jpg)
















