terça-feira, 24 de outubro de 2023

O que se esconde por detrás do Hamas, do Hezbollah, do Irão et altri

Período do Terror de 1793, em França - ( Revolução Francesa 1789)
 
O que se esconde por detrás do Hamas, do Hezbollah, do Irão et altri
por Eugénio Lisboa
 
From the beginning men used God
to justify the unjustifiable.
Salman Rushdie

Religious fanaticism is the most
dangerous form of insanity.
Robert Graves
 
“Começo, para não haver dúvidas sobre aquilo a que venho, por dizer que condeno com a maior veemência, o comportamento arrogante, brutal e invasivo que Israel tem demonstrado, ao longo dos anos, para com os palestinianos da faixa de Gaza. Mesmo tendo em conta que Israel passou por períodos altamente perigosos, no começo da sua formação, quando foi atacado por todos ou quase todos os Estados árabes da redondeza, o que lhe terá criado um complexo de “excesso de resposta”, este excesso tem ultrapassado todas as linhas vermelhas de uma desejada proporcionalidade. Todavia, também honestamente não devemos esquecer que o HAMAS jamais aceitará a solução dos dois Estados, convivendo pacificamente. Para estes, como fundamentalistas de um Islão inaceitável por gente civilizada, a Palestina é terra islâmica, doada aos palestinianos por Alá e nenhum “infiel” poderá jamais habitá-la. Por outras palavras, os israelitas devem ser escorraçados daquele sagrado solo islâmico. E o HAMAS não é uma excrescência bizarra, no solo palestiniano. É lá aceite e faz parte dos que ali governam: foi eleito. Por outras e bem dolorosas palavras, se os palestinianos merecem toda a solidariedade pelo que têm sofrido e continuam a sofrer, a última coisa que podem dizer é que são vítimas inocentes, porque não são. Quem semeia ventos colhe tempestades. Eles conhecem a fibra de Israel, mas permitem que o HAMAS continue com a sua política de quanto pior, melhor. O HAMAS, aquecido fanático religioso, usa de uma linguagem e de um comportamento de profeta medieval. Não é com guerras sagradas que se resolve, no século XXI, um complexo problema de convivência. Dizia o nunca assaz citado Diderot, um dos pais da Revolução Francesa, que “do fanatismo à barbárie, vai apenas um passo.” O HAMAS já deu esse passo. Aliás, a própria França passou por isso, quando caminhou da Revolução de 1789 para o Terror de 1793. O fanatismo só pode levar à destruição e faz pena ver uma certa esquerda a pôr-se embevecidamente ao lado de fanáticos religiosos, que os devorarão, assim que tiverem oportunidade. Por detrás destes está um país infernal, tirânico, retrógrado e misógino, que a esquerda – uma certa – não gosta de atacar, porque financia os delírios revolucionários de grupelhos mais ou menos genocidas. Dizia o grande Umberto Eco que “as pessoas nunca são tão completamente e entusiasticamente más, como quando agem em nome das suas convicções religiosas.” Ficam aqui estes avisos destinados àqueles que se referem sempre à triste tragédia do povo palestiniano, esquecendo-se de mencionar o HAMAS, como um dos encenadores dessa tragédia. Com Israel, sim. Juntos."
Eugénio Lisboa, 24.10.2023
 
NOTA FINAL: Ser de esquerda não é o mesmo que apoiar fanáticos. O grande homem de esquerda que foi Voltaire escreveu uma peça de teatro intitulada MAOMÉ, cuja leitura recomendo aos “compagnons de route” do HAMAS. Não vai ser fácil encontrar uma edição desta obra. Eu possuo-a numa edição das obras de Voltaire, publicadas ainda em vida do grande escritor.

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