quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O tempo da não-paz

“Breaker boys working in Ewen Breaker of Pennsylvania Coal Co.
Location: South Pittston, Pennsylvania.”
Peço a paz


Peço a paz
e o silêncio 



A paz dos frutos 
e a música 
de suas sementes 
abertas ao vento .

Casimiro de Brito, in "Jardins de guerra", Ed. Assírio e Alvim
Num tempo em que tudo se esgota em guerra não declarada mas oficializada pelas mais perversas e cruéis motivações. Num tempo  em que  se enchem de vítimas  o mar da Europa e a traficância de pessoas continua impune, a paz é um sonho que tarda em realizar-se. 
"O Relatório da UNICEF, divulgado nesta quarta-feira (07/09),  dá conta da situação desesperada e refere um aumento de 75% nos últimos cinco anos por causa das guerras.Cerca de 50 milhões de crianças vivem longe de seus locais de origem, são obrigadas a fugir da violência ou migrar em busca de oportunidades, de acordo com o relatório .As crianças formam mais de metade dos refugiados registados à escala mundial, apesar de serem menos de um terço da população mundial, segundo o relatório relativo a 2015 divulgado pela UNICEF.
Síria e Afeganistão congregam metade das crianças sob protecção do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, enquanto cerca de três quartos das crianças com estatuto de refugiada têm origem em 10 países.
Nos últimos cinco anos, as guerras levaram a uma subida de 75% no que diz respeito às crianças refugiadas, salientando o documento como estão mais vulneráveis a fenómenos de tráfico humano e outras formas de abuso. 
Integraram movimentos de migração ou deslocação forçada internamente quase 50 milhões de crianças, sendo que 28 milhões tiveram de escapar devido a cenários de guerra. Estados Unidos, Arábia Saudita e Jordânia são os países que ocupam os primeiros lugares no acolhimento destas crianças.
O relatório pede à comunidade internacional que desenvolva acções urgentes para proteger crianças migrantes, acabe com a sua sujeição a detenções, mantenha as famílias juntas e forneça educação e saúde a todas. 
"Apesar de muitas comunidades e pessoas à escala mundial receberem crianças refugiadas e migrantes, fenómenos como a xenofobia, a discriminação e a exclusão constituem-se como sérias ameaças às suas vidas e futuros", defende Anthony Lake, director executivo da UNICEF.
"Mas se os jovens refugiados forem aceites e protegidos agora, se tiverem a possibilidade de aprender e crescer, desenvolvendo o seu potencial, podem vir a representar uma fonte de estabilidade e progresso económico", explica Lake."Econ.
"Hoje, o número de crianças desenraizadas no mundo é o dobro do que havia há uma década. E são mais 77% das que estavam assim há apenas cinco anos.
Em 2015, quase metade, 45%, das crianças refugiadas sob a protecção das Nações Unidas eram originárias de Síria e do Afeganistão.
Do total de 50 milhões de crianças deslocadas, a UNICEF indica que 28 milhões foram expulsas de suas casas por conflitos e têm uma necessidade urgente de ajuda humanitária e de acesso aos serviços essenciais.
Outros 20 milhões de crianças deixaram as suas casas devido à extrema pobreza ou quando a isso foram forçadas pela violência de grupos criminosos. E nem sempre, nos locais de refúgio, os problemas ficam para trás.
Muitos correm o risco de serem maltratados ou detidos, devido à falta de documentos ou de um estatuto jurídico preciso", destaca a UNICEF.
Diante deste panorama, a UNICEF apela às autoridades mundiais para acabarem com a detenção de crianças migrantes e a não as separar das suas famílias. Permitindo o seu acesso aos serviços de saúde e a promovendo a luta contra a xenofobia e a discriminação."

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