sábado, 10 de setembro de 2016

O capital erro de Hitler

 
Moscovo, o erro fatal de Hitler
Por Pedro Justino Alves
"Depois de «O Cerco de Leningrado» e «Guerra Total - De Estalinegrado a Berlim», a Bizâncio apresenta mais uma obra do especialista inglês Michael Jones, «A Retirada – A primeira derrota de Hitler». Um novo olhar sobre a debandada alemã de Moscovo, em 1941, o primeiro fracasso da Wehrmacht na II Guerra Mundial.
Segundo muitos historiadores e especialistas, a derrota da Alemanha em Moscovo foi a principal tragédia e humilhação da Alemanha na II Guerra Mundial. O capital erro de Hitler e os seus pares foi ter pensado que a tomada de Moscovo decorreria como as anteriores conquistas: rápida e definitiva. Decisivo engano, de certo modo fundamental para o desfecho da contenda…
Mal apetrechado e com sérias carências de equipamentos militares, o exército alemão não contou com duas contrariedades decisivas: o inexpugnável Inverno (algo que já tinha ocorrido, de certo modo, com Napoleão…), com temperaturas de – 40 graus, e a extensão continental do país. Hoje, não deixa de ser absurdo os erros cometidos pelos militares prussianos, desde a estratégia mais complexa a mais simples, como o fornecimento de uniformes especiais para os soldados encararem o frio soviético apenas em Março de 1942…
Através de vários testemunhos, tanto de um como do outro lado do campo, principalmente oriundo do alemão, Michael Jones mantém a filosofia de trabalho dos seus anteriores livros, oferecendo ao leitor um olhar “de dentro”, um determinante olhar histórico cada vez mais raro, já que os testemunhos escasseiam com o passar dos anos. Através das memórias dos intervenientes e de diários, mas também de um intenso trabalho de investigação, o inglês constrói uma obra apelativa e explicativa, revelando ao pormenor o que significou essa derrota para a Alemanha.
Alemanha que, em 1941, era temida e “dona” da Europa, Alemanha que decidiu “rasgar” o pacto de não-agressão que mantinha com Estaline, desde 1939, muito devido ao fracasso na guerra com a Grã-Bretanha, que nunca se subjugou ao Führer, pelo contrário. Devido a sede imperialista de Hitler, os prussianos decidiram erradamente olhar para o Leste…
O mérito de Michael Jones é apresentar uma obra humana, renegando para segundo plano o olhar “científico”, com as suas datas e estratégias utilizadas nas batalhas. O autor tem a preocupação de dar ênfase aos testemunhos, que acabam por escrever os feitos conhecidos por todos. Esta perspectiva humana é o que diferencia «A Retirada – A primeira derrota de Hitler» de outras obras do género. Evidentemente, há várias curiosidades ao longo do livro: por exemplo, os altos comandos russos ficaram perplexos com as condições precárias dos soldados alemães.
«A Retirada – A primeira derrota de Hitler» é também um livro duro, já que o autor faz questão de escrever sobre os horrores e a crueldade da II Guerra Mundial, mas também o heroísmo e a coragem de várias pessoas. E, como já referido, é precisamente esse lado humano que torna o livro de Michael Jones muito especial. A rentrée começa bem para a Bizâncio." DD

Sem comentários:

Enviar um comentário