sábado, 27 de setembro de 2025

Os Amantes da Humanidade



 
Os Amantes da Humanidade

Os homens que amam a humanidade
detestam as pessoas, uma a uma.
Esse amor convive bem com crueldade
e vive, hirto, em penosa bruma.
 
O amor abstracto é confortável,
porque tem muito poucas exigências.
É um amor frio e pouco afável,
que não se desgasta em minudências.
 
É amor distante e algo sinistro,
incapaz de um orgasmo verdadeiro.
É um despacho seco de ministro,
 
um amor que ao amor é estrangeiro.
Amar a humanidade, em geral,
é um amor castrado e doutrinal. 
Eugénio Lisboa, 05.07.2023

Sem comentários:

Enviar um comentário