terça-feira, 3 de junho de 2025

Os Livros de Junho

Revista Colóquio/Letras, Nº  219,
Maio- Agosto 2025

A revista Colóquio/Letras, editada pela Fundação Calouste Gulbenkian,  celebra a vida e a obra de Nuno Júdice, contando com poemas inéditos do escritor, testemunhos e artigos de mais de uma dezena de autores portugueses e estrangeiros e a colaboração artística de Ana Mata.
«Mais do que qualquer outra, certamente, a nossa época é contrária a qualquer dicção inocente da sensação. A acosmia, o distanciamento do mundo que marca a era moderna, surge associada a […] uma perda de sensibilidade que nos condena a uma forma de exílio em relação ao mundo sensível, o qual já só apreendemos através de imagens, ecrãs e simulacros. Enquanto poeta atento às mais ténues sensações, Nuno Júdice contraria esta pesada tendência. Pois, se o recurso ao teorema se mantém uma constante na obra do autor, o poema jamais se fecha exclusivamente sobre o seu espaço linguístico, antes permanece uma janela aberta à experiência do mundo, permeável ao fluxo tumultuoso de luzes, ruídos e aromas […], em virtude de um pacto imemorial com a Natureza, de uma pertença à carne do mundo.»
(Do artigo de Jean-Claude Pinson, «Continuar a poesia»)

Editora Guerra & Paz
os meus livros de Junho
é Verão, chama ardente
por Manuel S. Fonseca
"Pergunto-me: que chama arde ainda no meu peito? Sei é que é grandíssima a pequena chama que arde no peito de António Pedro Moreira: vejam-no a passar por vós, de bicicleta, com o mesmo ânimo gárrulo com que, agora, durante 40 dias pedalou 4 mil quilómetros, prodigiosa e tão terna aventura que está chapadinha em Chama: De Luanda a Maputo de Bicicleta. Ah, África do catano, coisa linda, meu amor.
«Sei que a poesia é indispensável, não sei é a quê!» Julgo que a frase é de Cocteau, e dois livros meus de Junho confirmam-no. Em Silêncio Aberto, Inez Andrade Paes reuniu 100 vozes, de João Luís Barreto Guimarães a Mia Couto e Ramos Rosa para celebrar os 100 anos de Glória de Sant’Ana e do Prémio a que dá nome. Em As Mãos, todavia, é uma só voz que se escuta, a voz insólita de Rui Teixeira da Motta, voz claríssima, de exemplar contenção, capaz de reinventar, palavra a palavra, a inocência, um inapelável erotismo, o humaníssimo desejo, «um sangue de lua cheia / que em cada veia pulsa».
Diz-se que em Portugal, ao usar-se a palavra «escritor», se deve explicar que ofício é esse. Peço ajuda a Steinbeck: «O ofício de escritor obriga-nos a pensar que, em comparação, o de um jockey é uma situação estável!» Trago-vos quatro audaciosos jockeys em Junho. Filipe Bacelo dá-nos um romance de amor e perda em Lembra-te de Mim Sob as Estrelas. Carlos Miguel Ferreira, cultor do thriller, esconde (ou revela) um segredo macabro em A Última Carta.
Vencedor do Prémio Nacional de Literatura do Lions, uma parceria da Guerra e Paz com os Lions de Portugal, Abel Mota escreveu Um Pouco Mais de Sol, romanceando a desolação da infausta figura de Mário Sá Carneiro. Obrigado aos magníficos Lions! Outro vencedor de um Prémio, o de Revelação Literária, que publicamos em parceria com a UCCLA e a CML, é esse peculiar e provocador artefacto do estreante Cláudio da Silva, que leva por título Boi. É um objecto raro e indecifrável, mas sei que tem cornos, como Michel Leiris exigia à boa literatura. Obrigado às corajosas UCCLA e CML!
Já repararam que os sete livros de que falei são todos de autores portugueses? E os sete ensaios que se seguem? A regra (seis portugueses) é a mesma, com a tal excepção (o senhor Hitchens, que já apresento).
E começo pelo livro que encerra o 3.º ano de Os Livros Não se Rendem. É Cartas a um Jovem Dissidente, de Christopher Hitchens. Ensaio maravilhoso, anti-conformista, apologético do pensamento crítico e da discordância, uma garantia de que há uma relação umbilical entre a inteligência e o sentido de humor. Esta colecção inspiradora, que leva 24 títulos publicados, tem o apoio da Fundação Manuel António da Mota e da Mota Gestão e Participações.
São também eles, a estimada Fundação e a Mota, os mecenas de um projecto ambicioso, Três Séculos de Economia Portuguesa, cinco livros de cinco economistas de que, em Junho, publicamos os dois primeiros: Três Séculos de Economia Portuguesa: Portugal na Revolução Comercial do Século XVIII: As reformas e as políticas pombalinas, de José António Cortez e Três Séculos de Economia Portuguesa: Portugal e o Século XIX: Um século perdido ou o século possível? Fernando Ribeiro Mendes e Hugo Gonzalez de Oliveira. Nos próximos três títulos escrutina-se a economia da Primeira República, Estado Novo, 25 Abril, fim do Império e União Europeia, juntando-se José Félix Ribeiro e António Manzoni aos autores dos dois primeiros livros. Luís Valente de Oliveira prefacia a colecção. Obrigado à Fundação Manuel António da Mota e Mota Gestão e Participações, mecenas exclusivos de Três Séculos de Economia Portuguesa. E uma vénia ao apoio dado aos autores pela CCP, Confederação do Comércio e Serviços.
Einstein nunca pensava no futuro, por achar que ele acabava sempre por vir cedo demais. Mas António Costa Silva, que elegemos autor favorito da Guerra e Paz, aceitou, de tanto lhe pedirmos, tentar antever o nosso futuro, escrevendo Portugal na Europa e Com a Europa: Que Futuro?, diálogo turbulento com os nossos impasses e com a linha de horizonte do relatório Draghi. É o segundo tomo da colecção diatribe.
Mas que futuro teremos se não soubermos revisitar o passado? António Pinto Barbosa: O Primeiro Economista, de Filipe S. Fernandes, revela-nos a biografia política e académica de um dos grandes economistas portugueses do século XX, ministro, governador do Banco de Portugal, grande professor. É o mais recente título de Histórias de Liderança, nossa parceria com a Fundação Amélia de Mello, envolvendo também a Nova School of Business and Economics. Obrigado à Fundação Amélia de Mello, uma vénia amiga à Nova SBE.
Por falar em universidade, belo ensaio – que impacto têm na democracia as guerras de identidade, género e racismo – é o do investigador do ISCTE, João Ferreira Dias: Guerras Culturais: os Ódios que nos Incendeiam e Como Vencê-los. De outra universidade, a Nova FCSH, vem o professor Marco Neves. Já não é nosso autor, é mesmo da nossa família, e esta é a obra mais prática e mais útil que nos poderia dar: Gramática & Pontuação: Guia Prático para Escrever Melhor. São 280 páginas de ajuda segura e desinteressada: chamem-lhe amor. À língua portuguesa, claro.
E conta-me lá, Rita Fonseca, o que se passa com a Euforia, essa chancela que cresce a três dígitos? Diz-me a Rita que vem a Portugal a Lyla Sage e traz com ela o quarto e último volume da saga Rancho Rebel Blue. O romance chama-se Selvagem e Domada. Há muita natureza, mas há muito mais material humano, desse human stuff que nunca foge de nós e de que nós só a mentir dizemos que queremos fugir. «Voltaste? Nunca devias ter ido!»
Manuel S. Fonseca, editor da Guerra & Paz
"A Feira do Livro de Lisboa começa já amanhã e estamos ansiosos por o encontrar! Venha cumprimentar-nos nos pavilhões B29 - B32, espreite os nossos livros do dia e promoções e não perca os nossos eventos.


Alguns eventos a destacar
«Baril, baril, os novos livros de Abril», conversa que reúne José Matos, António Costa Santos e Manuel S.Fonseca, autores de respectivamente Atlas Histórico do 25 de Abril, Antes do 25 de Abril: Era Proibido e 25 de Abril. No princípio era o Verbo

10 de Junho, às 17h00, na Praça Vermelha
A autora dos romances de cowboys mais populares dos últimos tempos – Lyla Sage, ela mesma – tem encontro marcado com os fãs de Rancho Rebel Blue.

14 de Junho, às 16h00, Praça Vermelha
Marco Neves tem um novo livro. E para apresentar Gramática e Pontuação: Guia Prático para Escrever Melhor, o autor terá a seu lado nada menos que Pedro Freitas, ou como é mais conhecido, o Poeta da Cidade.

15 de Junho, às 15h00, no Auditório Norte
Apresentação de Desconseguiram Angola e Portugal e a Europa. Que Futuro, de António Costa Silva. A apresentação é de Paulo Dentinho.

15 de Junho, às 16h00, Praça Vermelha
Apresentamos Três Séculos de Economia Portuguesa, série de cinco livros que analisa os desafios e transformações da economia do país, desde o século XVIII ao presente. Contará com a presença dos autores da obra, José António Cortez, Fernando Ribeiro Mendes, Hugo Gonzalez de Oliveira, António Manzoni e José Félix Ribeiro, e a intervenção de Luís Parreirão.

15 de Junho, domingo, às 18h00, no Auditório Sul
Elisa Costa Pinto e António Garcia Pereira apresentam O Fim da Educação: crise, crítica, ensino e utopia, de António Carlos Cortez, primeiro volume da novíssima colecção de breves ensaios da Guerra e Paz, a diatribe.

21 de Junho, às 18h00, Praça Vermelha
Debate «Quem Chumbou a Educação em Portugal?» com Raquel Varela, Carlos Fiolhais e António Carlos Cortez."
Guerra & Paz Editores

 Quetzal Editores

Julian Barnes na Feira do Livro de Lisboa

2025-05-14 / É com enorme alegria que a Quetzal anuncia que Julian Barnes estará na Feira do Livro de Lisboa a 14 de junho para uma sessão de apresentação do seu mais recente livro, Mudar de Ideias, que acaba de chegar às livrarias. Aos 79 anos, o escritor inglês é um dos mais notáveis da sua geração: vencedor do Booker Prize, em 2011 – e três vezes finalista do mesmo galardão –, foi também distinguido com os prémios Médicis e Femina, e inúmeras vezes apontado como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

Segundo volume  de Conta-Corrente  [1982-1985], de Vergílio Ferreira chegou às livrarias a 22 de Maio.

«Porque é que infatigavelmente não cesso de escrever? Escrevo para estar vivo – disse um dia e repeti.» Acompanhar os diários de Vergílio Ferreira é caminhar na linha de pensamento que o orientou durante os anos em que escreveu Conta-Corrente, que a Quetzal está a recuperar numa versão em capa dura, que reúne em três volumes a totalidade dos nove volumes originais, com índices onomásticos. «Quantos entendem a língua que eu falo? Quantos ficarão a falá-la por mim? Quanto tempo ela durará?»

 O Volume II [1982-1985] termina à beira dos 70 anos de Vergílio Ferreira, 17 anos depois das primeiras impressões, que o escritor, muitas vezes em crise com a matéria que escrevia, apelidava de «futilidade diarística». Bem mais do que isso, Conta-Corrente constitui um dos documentos mais impressionantes do período entre 1969 e 1992. À importância documental e literária acrescenta-se a natureza das suas confissões, reflexões e revelações, o que transforma a obra numa extraordinária fonte para o conhecimento da vida e da história portuguesas. «Porque é que afinal escrevo? Levei a vida toda a arranjar razões. E chego ao fim sem nenhuma. Mas deve ser essa a única verdadeira. A que não sei. A de que escrevo porque sim. Será uma razão igual para deixar de escrever. E tudo será igualmente perfeito.»

Manuel Alberto Valente conta as suas memórias.
Com quase 50 anos dedicados à edição de livros, Manuel Alberto Valente é um nome incontornável no meio editorial. Neste livro evoca as suas relações com escritores ou as inúmeras figuras com que se foi cruzando ao longo do tempo.
Mário Soares, Miguel Torga, Vasco Graça Moura, Leonardo Padura, Rosa Lobato Faria ou Herberto Hélder são apenas alguns dos muitos nomes que figuram em O Outro Lado dos Livros. Memórias de Um Editor, o livro que reúne as crónicas que publicou no semanário Expresso.
São histórias singulares e sempre fascinantes. Como daquela vez, em 1997, quando um estagiário do Jornal de Letras fez aquela que Luís Sepúlveda considerou uma das melhores entrevistas que lhe tinham feito. «Pois é, os bons espíritos revelam-se prematuramente. O jovem estagiário do JL que Sepúlveda elogiou em 1997 chamava-se (chama-se) Ricardo Araújo Pereira e é hoje um dos grandes nomes do humor em Portugal.»
Em textos curtos, de fácil leitura, Manuel Alberto Valente fala desses encontros com livros e autores como John Le Carré e Lobo Antunes, Milan Kundera e Paul Auster, José Saramago e Isabel Allende, Alona Kimchi ou Manuel Vilas, Pérez-Reverte e Svetlana Aleksievitch, Lídia Jorge, Luísa Costa Gomes, Lygia Fagundes Telles e Erik Orsenna, Maria Velho da Costa ou Mário Cláudio, Mário de Carvalho ou Javier Cercas. Chega às livrarias a 22 de maio.
A sessão de lançamento de O Outro Lado dos Livros, de Manuel Alberto Valente, será a 2 de Junho, às 18h30, na Livraria da Travessa, em Lisboa.

Arturo Pérez-Reverte
O Problema Final
Fernanda Melchor
Isto não é Miami 
Victor Correia
História da Homossexualidade em Portugal
Chimamanda Ngozi Adichie
Inventário de sonhos
Alexandra Lucas Coelho
Gaza está em toda a parte
Hugo Gonçalves
Filho do pai
Noam Chomsky
Sobre o Anarquismo
J. D. Salinger
Carpinteiros, Levantai Alto a Cumeeira e Seymour: Uma Introdução

Para o mês de Junho, a Agenda Cultural de Lisboa propõe estas oito edições recentes: 

Na sua mais recente obra de ficção, O Problema Final, Arturo Pérez-Reverte narra a história de um actor maduro que, confrontado com um complexo enigma, usa a vasta experiência adquirida através das artes (literatura e cinema) para o decifrar (“para iluminar a realidade”, nas palavras do escritor espanhol). 

“Reivindicar a investigação criminal inteligente perante a moda imposta pelo cinema americano e o romance negro” é a intenção do mais recente romance de Arturo Pérez-Reverte. Em junho de 1960, Hopalong Basil, um refinado ator do cinema clássico famoso por interpretar a figura de Sherlock Holmes (uma homenagem a Basil Rathbone), hospedado num hotel de uma pequena ilha paradisíaca ao largo de Corfu, rodeado de oito hospedes, três empregados e uma proprietária, vê-se temporariamente isolado do mundo, devido ao mau tempo. Quando uma série de crimes se sucedem, decide usar as capacidades dedutivas que adquiriu nas inúmeras leituras da obra de Conan Doyle e nos filmes que protagonizou para desvendar o mistério. O Problema Final é uma obra escrita com o engenho de quem sabe que “o duelo num romance policial não é entre o assassino e o detetive, mas sim entre o autor e o leitor” e que “a verdadeira arte do narrador policial (…) não consiste em contar uma história, mas sim em fazer com que o leitor, enganado ou não, a conte a si mesmo”. É também uma fascinante reflexão sobre a relação entre o real e o imaginário, na qual o protagonista “aplica a ficção para iluminar a realidade”. LAE ASA

Uma criança observa um objeto brilhante na noite escura e julga tratar-se de um OVNI, porém, é apenas mais uma avioneta com carregamento de cocaína. Um grupo de clandestinos desesperados aportam em Veracruz, pensando tratar-se da almejada Miami. Um jovem estudante destaca-se no curso de Direito, mas não tem influências que lhe possibilitem arranjar um trabalho adequado. Aliciadas pelo dinheiro, uma idosa e a sua neta servem de figurantes num filme, mas não lhes pagam sequer metade do prometido. Todas as personagens deste livro veem os seus sonhos consumidos pela dureza da realidade. Estes 12 textos, que a autora recusa qualificar como ficção (“A única ficção que estou disposta a reconhecer nestes relatos é aquela que permeia toda a construção da linguagem humana, desde a poesia às notas de rodapé: a sua forma, a sua estrutura narrativa”), favorecem o “testemunho”, o “relato dramático e oral”. Histórias profundamente ancoradas na realidade, que “só puderam nascer neste sítio” (Veracruz, local de nascimento da autora), que compõem o relato de uma sociedade confrontada com a violência e a brutalidade do mal: a corrupção, o narcotráfico, o assassínio, a miséria, a desumanização. Que evocam, literalmente, a velha canção do filme de Pedro Infante: La vida no vale nada. LAE Elsinore

O objetivo deste livro inédito de um autor que não é historiador – Victor Correia, é licenciado em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e doutorado em Filosofia Política e Jurídica pela Universidade Sorbonne de Paris – é o de escrever “uma história” da homossexualidade que, por um lado, apresente os temas mais importantes, e por outro, os apresente “não de forma minuciosa, mas sim com aquilo que consideramos ser mais significativo”. Trata-se, ainda assim, de uma obra de grande fôlego que apresenta uma visão temporal e temática muito abrangente, estruturada em duas partes: a abordagem da homossexualidade no nosso país ao longo de oito séculos de história, e por um conjunto de anexos, constituídos por documentos antigos. Alguns desses exemplos testemunham a perseguição e condenação de homossexuais em períodos como a Inquisição e o Estado Novo (“Papelada imunda, que impestava a cidade”: assim se refere Marcelo Caetano às obras de Raúl Leal, de António Botto e da “desavergonhada” Judith Teixeira). Um trabalho relevante que procura “tornar visível o que ficou escondido, ignorado, esquecido, posto de parte na historiografia portuguesa”. LAE Âncora Editora

Foram precisos 10 anos para que Chimamanda Ngozi Adichie apresentasse Inventário de sonhos, o seu livro mais introspetivo. O que significa ser humano? É em torno desta questão que o romance se desenrola. Ao longo de quase 600 páginas, a autora dá-nos a conhecer a história de quatro mulheres africanas que partem para os EUA em busca do “sonho americano”. Chiamaka, uma escritora nigeriana que, com as suas permanentes incertezas, sempre ansiou atingir a fama. Zikora, uma advogada de sucesso e melhor amiga da Chiamaka, abandonada pelo namorado quando lhe revela que está grávida. Omelogor, prima de Chia, figura importante no mundo da alta finança na Nigéria, dona de um humor nem sempre compreendido, tem um site chamado Só para homens, onde pede aos homens que lhe enviem os seus problemas e depois lhes dá conselhos. Por fim, Kadiatou, a governanta de Chia que, depois de ultrapassar vários dissabores, como a morte do pai, da irmã e do próprio marido, se vê a braços com uma filha bebé, que educa com perseverança, e envolvida numa complexa e dramática situação que pode colocar em causa tudo o que conquistou até então. Quatro mulheres em busca de um significado para as suas vidas, num livro que aborda o tema da migração, maternidade, desejo e necessidade de ser amado, quando o mundo atravessa uma pandemia. “Será a felicidade alcançável, ou é apenas um estado efémero?” SS Dom Quixote

Desde 2002, altura da Segunda Intifada, que Alexandra Lucas Coelho iniciou, enquanto repórter, a cobertura regular da zona do Médio Oriente onde se situa Israel e a Palestina. Neste volume, a jornalista compila, essencialmente, um conjunto extenso de crónicas dadas à estampa após o 7 de outubro de 2023, todas (à exceção de uma) publicadas no jornal Público. Como introdução, republica-se a reportagem Gaza à beira de explodir, publicada na Visão História, em julho de 2017, resultado da última visita de Lucas Coelho à Faixa de Gaza, esse território com “apenas 40 quilómetros por 6 a 10 de largura, com dois milhões de palestinianos lá dentro”, porque, como sublinha a autora, “do título à última linha, parecia a véspera do 7 de outubro”. Para além das crónicas, Gaza está em toda a parte inclui as reportagens feitas entre o final de 2023 e o início de 2024 na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e em Israel, e mais de três centenas de fotografias que Lucas Coelho captou tanto em Gaza, nessa última visita, como no contexto das reportagens pós-7 de outubro. Para além do testemunho histórico, este livro, cujo título vem de um conjunto de textos do filosofo judeu Günther Anders intitulado Hiroxima está em toda a parte, é uma reflexão inquietante sobre esta grande tragédia do nosso tempo. FB Caminho

“O pai que salva também é o pai que condena. Qual deles iria encontrar, mais de quarenta anos passados, os dois últimos sem falar com ele, ao chegar à casa onde cresci?”. Depois de Filho da mãe, Hugo Gonçalves encerra o díptico do luto com Filho do pai. Um relato honesto e sentido sobre a relação entre um pai e um filho, onde o autor nos conduz numa viagem desde a sua infância, marcada pela morte da mãe, passando pela cúmplice adolescência com o irmão e a constituição de uma nova família com o segundo casamento do pai. O relato acompanha a sua idade adulta, altura em que Hugo se prepara para ser pai pela primeira vez e toma consciência de que não será pai e filho ao mesmo tempo. “Uma família é um ser vivo em constante mutação e, quando somos pequenos, não percebemos que os nossos pais, aos quarenta anos, são pessoas distintas do que eram aos trinta. Fui criado por um homem que era muitos homens, e ninguém, como ele, foi tão decisivo na formação da minha personalidade, pela sua presença dominante, pela sua ausência continuada, porque imitei quem ele era, porque recusei quem ele era.” Um livro comovente, mas também desconfortante, que questiona os modelos tradicionais de masculinidade. SS Companhia das Letras

O linguista, filósofo, e ativista político Noam Chomsky aborda, neste seu ensaio, o anarquismo como uma tradição intelectual séria e uma possibilidade real explorando as suas raízes e a sua continua vitalidade como teoria política e socioeconómica. O autor concebe o anarquismo como sinónimo de liberdade e questionamento constante das estruturas de poder, assente na ação coletiva. De Proudhon e Bakunine ao movimento Occupy, um testemunho vivo e em evolução, uma alternativa real, cujo legado analisa. Nathan Schneider, jornalista, autor e professor da Universidade de Colorado Boulder, nos Estados Unidos, escreve no prefácio desta edição: “Noam Chomsky desempenha o papel de embaixador de um tipo de anarquismo de que era suposto termo-nos esquecido – aquele que tem uma história e que a conhece, que já demonstrou que outro mundo é possível. (…) representa um tempo em que os anarquistas eram verdadeiramente temíveis – não por estarem dispostos a atirar uma pedra à montra do Starbucks, mas por terem descoberto como se organizar numa sociedade funcional, igualitária e suficientemente produtiva.” LAE Antígona

Salinger conquistou a fama com a publicação da sua única novela, The Catcher in the Rye, em 1951. O relato da deambulação de Holden Caufield pela cidade de Nova Iorque, escrito numa linguagem coloquial plena de frescura, recorrendo ao calão, tornou-se num marco da literatura do pós-guerra. Estes seus dois contos, menos conhecidos, descrevem acontecimentos importantes na vida dos sete irmãos da família Glass. Ambas as histórias são narradas por Buddy, o segundo mais velho. Carpinteiros, Levantai Alto a Cumeeira relata um incidente ocorrido no dia do casamento de Seymour, no interior de um táxi, entre a madrinha e o seu marido, que revela a forma como as pessoas comuns percecionam a família Glass e a excentricidade do irmão mais velho. Seymour: Uma Introdução é uma pungente oração fúnebre. Evocando a morte de Seymour, lança um olhar melancólico sobre a forma impiedosa como os seres diferentes e inadaptados são tratados numa sociedade rígida e conformista. Estas duas narrativas são publicadas na nova tradução de José Lima. LAE Relógio D’Água

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Librairie Mollat (Bordeaux) – Vendredi 13 juin – 18h00 : rencontre avec Hugues Pradier et Baudouin Millet, auteur de l'Album Sherlock Holmes, suivie d'un quiz et d'une séance de dédicaces. Entrée libre.

 
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