A Casa
por Natalia Ginzburg
“Há uns
anos, depois de vendermos um apartamento que tínhamos em Turim, começámos a
procurar casa em Roma; e a procura dessa casa durou muito tempo.
Eu desejava, havia anos, uma casa com jardim.
Em criança, tinha vivido numa casa com jardim, em Turim, e a casa que imaginava
e desejava era parecida com aquela. Não me teria contentado com um magro
jardinzinho, queria árvores, um lago de pedra, arbustos e carreiros: queria
tudo o que havia naquele jardim da minha infância. Ao ler os anúncios no
Messaggero, à quinta‑feira e ao domingo, detinha‑me naqueles que diziam «villa
com amplo jardim de dois mil metros quadrados, árvores de grande porte»; mas,
após um tele‑ fonema para o número indicado no anúncio, ficava a saber que «a
villa» custava trinta milhões. Todavia, a voz que me atendia o tele‑ fone dizia
às vezes «trinta milhões negociáveis»; e aquela palavra, «negociáveis», impedia‑me
de renunciar completamente aos dois mil metros quadrados de jardim, que não me
atrevera a ir ver, mas que imaginava magníficos: via aquele «negociáveis» como
um ter‑ reno escorregadio no qual se podia deslizar até à soma, muito inferior
a trinta milhões, que nós tínhamos. Pontualmente, todas as quintas‑feiras e
todos os domingos, percorria os anúncios do Messaggero. Saltava os que
começavam por «Aaaaa»*: não sei porquê, desconfiava de todos aqueles «a». Não
que eu desconfiasse das agências. Havia de recorrer também às agências (aliás,
visitei diver‑ sas). Mas, seja como for, saltava os «aaa». Como queria um
jardim, isto é, uma casa no rés do chão, saltava também os anúncios que
começavam por «último andar», «andar recuado», «panorâmico». Lançava‑me sobre
aqueles que começavam por «vivenda», «peque‑ na moradia», «villa». «Villa em
zona residencial diplomática acabamentos excecionais grande jardim»; «villa
senhorial, imponente, adequada para personalidade, ator, profissional liberal,
empresário. Aquecimento central. Parque arborizado». Depois de ter ido ver duas
ou três «pequenas moradias» e de ter descoberto que eram bastante miseráveis e
que o jardim não era mais do que um estreito passeio de pedra cercado por uma
sebe, comecei a descartar as «pequenas moradias» e a sublinhar a lápis as
«villas». «Villa de dez assoalhadas amplo salão pátio cerâmicas aquecimento
jardim arbo‑ rizado.» «Villa de três pisos ideal para sedes diplomáticas comunidades
religiosas baixo custo.» Demorava‑me também um instante em anúncios de casas ou
de terrenos fora de Roma, imaginando que poderíamos fixar‑nos no campo. «Zona
de Frosinone baixo custo pedreira de cascalho em estrada com olival no cimo
ótimo negócio.» O meu marido dava uma vista de olhos aos anúncios que eu tinha
sublinhado e perguntava‑me o que faríamos com uma villa para comunidades
religiosas, nós, que não éramos uma comunidade religiosa e, sobretudo, o que
faríamos com uma «pedreira de cascalho» na zona de Frosinone, nós, que tínhamos
de estar em Roma e precisávamos de uma casa.
Nos primeiros tempos, o meu
marido absteve‑se de procurar e via‑me a sublinhar anúncios como se eu
estivesse dominada por uma calma loucura. Ele costumava dizer que, no fundo, se
sentia muito bem na casa arrendada onde vivíamos, embora tivesse de reconhecer
que estávamos um pouco apertados. No entanto, por vezes admitia, mas muito
debilmente, que talvez fosse oportuno comprar uma casa, porque o dinheiro da
renda era dinheiro deitado pela janela; mas, repito, nos primeiros tempos, a
minha busca foi solitária, e um tanto louca; eu lia‑lhe em voz alta aqueles
anúncios do Messaggero, ele ouvia geralmente num silêncio irónico e desdenhoso,
que me desencorajava e que, ao mesmo tempo, me empurrava cada vez mais para o
caminho da loucura. Já que comprar uma casa me parecia impossível sem o seu
acordo, perseguia sonhos impossíveis e sombras, sabendo que, de qualquer forma,
não haveria consequências reais. Cheguei a ir ver algumas das casas daqueles
anúncios, e o meu marido sabia que eu ia vê‑las, mas recusava‑se a ir comigo; e
eu sentia que me acompanhava, no decurso daquelas expedições, a sua absoluta
desconfiança nas minhas capacidades de encontrar uma casa. Depois, de repente,
o meu marido dedicou‑se também a procurar casa comigo. Esta imprevista
determinação deveu‑se, creio, ao facto de ele se ter aconselhado com um
cunhado, que lhe disse que faríamos muito mal em comprar uma casa num momento
como aquele, porque dentro de alguns anos as casas desceriam de preço: previsão
que mais tarde se revelou errada, porque as casas em Roma são cada vez mais
caras. Portanto, para nós era oportuno esperar que os preços baixassem. Já mais
do que uma vez me tinha dado conta de que o meu marido costumava pedir
conselhos àquele cunhado, para fazer exatamente o contrário do que ele sugeria;
embora continuasse sempre, o meu marido, a gabar a grande perspicácia e
sabedoria daquele nosso parente, e a afirmar a necessidade de o consultar em
todas as circunstâncias de natureza económica e prática, ou seja, em todas as
matérias em que ele próprio se sentia insuficiente. O meu pai, por seu lado,
escrevia‑me continuamente de Turim, instando‑ nos a comprar uma casa, ou
melhor, como ele costumava exprimir‑ se, «um andar», termo que, na linguagem
arcaica que ele usava sobretudo por carta, significava um apartamento. No
apartamento arrendado onde estávamos, demasiado apertado para nós, tínhamos a
empregada a dormir na sala de jantar, o que o meu pai achava anti‑ higiénico, e
um dos miúdos no escritório, o que o meu pai considerava muitíssimo
inconveniente. Quanto à minha sogra, dissuadia‑ nos de mudar de casa, porque,
no apartamento arrendado onde morávamos, o chão era amarelo e, segundo ela,
irradiava uma luz que embelezava a tez; além disso, se queríamos realmente
comprar uma casa, aconselhava‑nos a convencer o proprietário a vender‑nos aquela:
o que era, como várias vezes tínhamos tentado explicar‑lhe, inexequível, porque
nem o proprietário desejava vendê‑la, nem nós, por diversos motivos,
desejávamos comprá‑la.
A busca teve, portanto, dois
períodos: um em que procurei sozinha, com fervor, mas ao mesmo tempo com
timidez e desconfiança, porque as dúvidas e a desconfiança do meu marido me
tinham contagiado: e porque preciso sempre, nas minhas iniciativas de natureza
prática, de ter o acordo de outra pessoa. E houve depois um segundo período, em
que o meu marido procurou casa comigo. Quando ele começou a procurar casa
comigo, descobri que a casa que ele queria não se parecia em nada com a que eu
queria. Descobri que ele, tal como eu, desejava uma casa semelhante àquela em
que tinha passado a infância. Como as nossas infâncias não se assemelhavam, a
dissidência entre nós era insanável. Eu desejava, como disse, uma casa com
jardim: uma casa no rés do chão, talvez um tanto escura, com verde à volta,
hera, árvores; ele, por ter passado parte da infância na Via dei Serpenti e
outra parte em Prati, sentia‑se atraído por casas situadas nestas duas zonas.
Estava‑se nas tintas para as árvores e o verde. Das janelas, ele queria ver
telhados: paredes antigas, descascadas, corroídas pelo tempo, roupa remendada a
esvoaçar ao vento em becos húmidos, telhas musgosas, algerozes ferrugentos,
chaminés, campanários. Começámos, assim, a discutir, porque ele descartava
todas as casas que me agradavam, achando que eram demasiado caras, ou que
tinham algum defeito; e, como ele também tinha começado a ver anúncios,
sublinhava a lápis só as casas que ficavam no centro de Roma. Ia comigo ver as
casas em que eu tinha interesse, mas a cara dele, ainda antes de subirmos as
escadas, era tão carrancuda, o seu silêncio, tão colérico e desdenhoso, que
fazê‑ lo olhar em redor com olhos humanos, trocar algumas palavras com o
porteiro ou com o proprietário que nos antecediam, abrindo as portadas, me
parecia uma tarefa impossível. Disse‑lhe, então, que achava odiosa a sua
maneira de tratar aqueles pobres porteiros, ou aqueles pobres proprietários,
que não tinham culpa nenhuma de ele não gostar das casas; e, após esta minha
observação, tornou‑se amabilíssimo, cerimonioso, quase servil com os porteiros
e com os proprietários: manifestava um profundo interesse pelo apartamento,
metia o nariz nos roupeiros de parede, falava até das obras que seria útil
fazer; e eu, nas primeiras vezes, deixei‑me induzir em erro, na ilusão de que a
casa que estávamos a ver talvez lhe agradasse um pouco; mas não demorei a
perceber que aquele seu comportamento amável era irónico em relação a mim, e
que a ideia de comprar semelhante casa nem lhe passava pela cabeça. Recordo com
extrema precisão a sordidez de certas casas que me interessavam: casas em
Monteverdevecchio, amarelecidas, a cair, num estado de profundo abandono;
jardinzinhos húmidos, longos corredores escuros, candeeiros de ferro batido com
luz fraca, saletas com vidros coloridos onde velhinhas se sentavam à braseira;
cozinhas com cheiro a canos. E a sordidez de certas casas que lhe inte-
ressavam: fileiras de quartos grandes como celeiros, com chão de tijoleira e
paredes caiadas, cachos de tomate pendurados no teto, retretes à maneira turca,
varandas estreitas que davam para pátios profundos e húmidos como poços,
terraços onde apodreciam montões de trapos. Portanto, nós gostávamos de dois
tipos de casas cla- ramente distintos; mas havia uma espécie de casa que
detestávamos ambos. Detestávamos ambos, e na mesma medida, as casas do bairro
Parioli, seminovas, sumptuosas e geladas, com vista para ruas sem uma única
loja e frequentadas apenas por bandos de nurses em véu azul, com carrinhos
leves e negros como insetos; e detestávamos ambos as casas do quarteirão
Vescovio, apertadas num labirinto de ruas e praças cheias de salsicharias e
drogarias, de mercados cobertos e de redes de elétricos. Todavia, íamos ver
também esse tipo de casas, que detestávamos. Íamos vê‑las porque estávamos já
os dois possuídos pelo demónio da busca; íamos vê‑las para as odiarmos ainda
mais, para nos imaginarmos com pavor, por um instante, exilados em Parioli como
peixes vermelhos dentro de um aquário, ou assomados àqueles varandins que mais
pareciam cestas de flores. Ao regressarmos, cansados, à nossa casa arrendada de
chão amarelo, perguntávamo‑nos se nos importava assim tanto, realmente, mudar
de casa. No fundo, não nos importava grande coisa. No fundo, até se vivia
bastante bem ali. Eu conhecia todas as manchas na parede daquela casa, todas as
fendas na construção, os halos escuros que se tinham formado por cima dos
radiadores; conhecia o estrondo das chapas de ferro atiradas para a frente do
portão, tendo o nosso senhorio, mesmo ao lado, uma oficina; quando íamos pagar‑lhe
a renda, recebia‑nos entre as faíscas do maçarico oxídrico e o zumbido dos
motores. Cada vez que lhe pagávamos a renda, o nosso senhorio parecia
espantado, como que esquecido de nos ter arrendado aquele apartamento; parecia
mal nos reconhecer, embora fosse sempre muito gentil: parecia unicamente
absorto na sua oficina, e na chegada daquelas placas que ferro, que caíam na
calçada com um estrondo surdo. Naquela casa, eu tinha escavado a minha toca.
Era uma toca onde, quando me sentia triste, eu me enfiava como um cão doente,
bebendo as minhas lágrimas, lambendo as minhas feridas. Dentro dela, sentia‑me
como numa meia velha. Porquê mudar de casa? Qualquer outra casa me teria sido
hostil, e eu teria lá vivido com aversão. Via desfilar diante de mim, como num
pesadelo, todas as casas que tínhamos visto e que, por instantes, tínhamos
pensado poder comprar. Todas me inspiravam uma sensação de repulsa. Pensáramos
comprá‑las, mas, no momento em que tínhamos decidido renunciar a elas, tínhamos
sentido um alívio profundo, uma leveza, como quem escapou, por milagre, a um
perigo mortal.
Mas não podia qualquer casa,
qualquer uma, com o tempo, transformar‑se numa toca? E acolher‑me na sua
penumbra benigna, tépida, tranquilizadora?
Ou não era antes eu que não
desejava viver em nenhuma casa, em nenhuma, porque o que sentia odiar não eram
as casas, mas sim eu mesma? E não podiam todas as casas, todas, servir, desde
que lá morasse outra pessoa, e não eu?
Depois, pusemos nós um anúncio
no Messaggero. Ao compô‑lo, discutimos longamente. No fim, o anúncio ficou
assim: «Compra‑se apartamento em Prati ou Monteverdevecchio, cinco quartos,
terraço de cobertura ou jardim.» Foi o meu marido que quis as palavras «terraço
de cobertura», porque ele adorava terraços, e odiava, como pouco a pouco se
fora revelando, jardins; os jardins, dizia ele, levam com o pó e o lixo das
varandas por cima. Assim, o meu sonho de um jardim despedaçou‑se: porque uma
nuvem de lixo cobriu aquelas «plantas de grande porte» e aqueles caminhos
sombrios que a minha imaginação embalava. Responderam algumas pessoas a este
anúncio: mas as casas que ofereciam não eram nem em Prati, nem em
Monteverdevecchio, e não tinham terraço nem jardim. Contudo, fomos vê‑las. Dez
dias depois do anúncio, o nosso telefone ainda tocava para nos proporem casas.
Uma noite, o telefone tocou às dez: atendi eu, e ouvi uma voz de homem
desconhecida, robusta, alegre e triunfante, que dizia:
«Está lá? É o comendador Piave! Tenho um
belíssimo apartamento na praça Balduina! É excelente! Tem intercomunicador! Na
casa de banho principal, há uma coluna de mármore negro, com mosaicos que
representam peixes verdes! Quando vêm vê‑lo? Telefone‑ me, se eu não estiver, a
minha mulher atende! Tem intercomunicador! O seu marido chega a casa à uma com
o carro, e da portaria avisa‑a para pôr o esparguete ao lume! Tem também
garagem! Quando vêm? Eu e a minha mulher temos todo o gosto em conhecê‑los,
podemos tomar um chá juntos, eu levo‑os ao apartamento no meu carro, tenho um
descapotável! A minha mulher não conduz, eu conduzo há dezassete anos, mandei
construir o apartamento para a minha filha, mas ela mudou‑se para São Paulo, no
Brasil, o meu genro é brasileiro, é negociante de têxteis, conheceram‑se em Fregene.
Tenho também uma villa em Fregene, uma preciosidade, aquela não a vendo, era o
que me faltava, vendê‑la, vamos lá todos os fins de semana, eu e a minha
mulher. Tenho um descapotável!» Embora eu morasse em Roma há muitos anos, não
sabia onde ficava a praça Balduina. Perguntei ao meu marido e ele disse‑me que
era numa zona que detestava. Foram três ou quatro as casas que estivemos
prestes a comprar. Habitualmente, a nossa vontade de comprar uma casa durava
duas semanas. Naquelas duas semanas, não fazíamos senão ir vê‑la, a qualquer
hora do dia; travávamos amizade com o porteiro e dávamos‑lhe gorjetas;
levávamos lá os nossos filhos, em seguida a minha sogra, e por fim aquele
cunhado, cuja grande sabedoria o meu marido elogiava. “
Natalia Ginzburg, in Nunca
me perguntarás, Relógio DÁgua Editores, Maio de 2025 pp.14-21
* Os anúncios de casas nos
jornais costumavam estar organizados por ordem alfabética; os que tinham mais
«a» apareciam em primeiro lugar, tendo assim mais hipóteses de captar a atenção
dos leitores. (N. T.)
Sobre o Livro:
Os ensaios reunidos neste
volume assemelham-se às páginas do diário que Natalia Ginzburg afirmava nunca
ter sido capaz de escrever. A solidão da infância e o assombro da velhice, os
filmes vistos e os livros lidos, o trabalho, a música, a política, a crença ou
não em Deus. São textos próximos — tanto pela afinidade temática como pela
sabedoria — de Léxico Familiar, e, como em qualquer obra da autora,
inseparáveis da vocação para a narrativa na primeira pessoa. Na sua casualidade
— na sua tranquila desordem quotidiana —, estes textos revelam questões que
pertencem a todos. Um autorretrato singular de uma mulher, Nunca Me
Perguntarás torna-se uma experiência familiar e um objeto destinado a
fazer-nos companhia dia após dia.
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| Natalia Ginzburg |
Sobre a Autora:
Natalia Levi, que viria a adoptar o apelido Ginzburg do seu primeiro marido,
nasceu em Palermo a 14 de Julho de 1916.
Passou grande parte da vida em Turim, para onde o pai, professor universitário
de anatomia, foi transferido em 1919. Tanto ele como os irmãos de origem
judaica foram presos e acusados devido às suas ideias antifascistas.
Apesar de a sua mãe ser católica, Natalia teve, como toda a família, uma
educação laica. Estudou no liceu Alfieri e publicou o seu primeiro livro de
contos, I bambini, aos dezassete anos. Cinco anos mais tarde casou com Leone
Ginzburg, professor de literatura russa. O casal manteve relações de amizade
com Cesare Pavese e Carlo Levi, entre outros escritores.
Em 1940, exilaram-se em Pizzoli. Sob o pseudónimo Alessandra Tornimparte,
Natalia publicou, em 1942, O Caminho da Cidade, que seria reeditado em 1945 já
com autoria assumida.
O marido foi detido e torturado até à morte na Prisão de Regina Coeli em 1944.
Nesse mesmo ano, Natalia Ginzburg deslocou-se para Roma, entretanto libertada,
e começou a trabalhar na editora Einaudi, aí publicando os seus livros.
Em 1947, surgiu o seu segundo romance, Foi assim, que obteve ex aequo o prémio
Due Cicogne — Il Tempo di Milano.
Em 1950, casa com Gabriele Baldini, especialista em literatura inglesa, de quem
terá dois filhos.
Em 1961, publica As Palavras da Noite, que será adaptado ao cinema. Dois anos
depois, sai Léxico Familiar, uma novela autobiográfica. Interpreta o papel de
Maria de Betânia em Evangelho segundo São Mateus, de Pier Paolo Pasolini.
A partir do final da década de sessenta, publica vários livros, todos eles
abordando relações familiares. Natalia Ginzburg foi também autora de várias
comédias teatrais e tradutora de Proust, Flaubert e Maupassant.
Foi eleita para o parlamento italiano em 1983.
Morreu a 7 de Outubro de 1991.



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