sábado, 7 de julho de 2012

A reedição do "Adeus às Armas"


“Ernest Hemingway escreveu 47 finais diferentes para aquele que é hoje considerado um dos melhores romances sobre a Primeira Guerra Mundial, “Adeus às Armas” (1929). E na próxima semana vão finalmente poder ser lidos.
A obra de Hemingway vai ser reeditada na próxima semana pela Scribner nos Estados Unidos e vai incluir as versões alternativas do escritor.
Segundo o The New York Times, o novo livro, que chega às livrarias dentro de dias, vai não só incluir todos os finais imaginados por Hemingway, como também rascunhos e anotações de outras passagens do livro. Esta publicação inédita só é possível graças a um acordo entre a editora Scribner (do grupo Simon & Schuster) e os herdeiros do Nobel da Literatura.
Numa entrevista de 1958 ao The Paris Review – apenas dois anos antes de se ter suicidado –, Hemingway contou que até encontrar um final que lhe agradasse, foi escrevendo outras versões alternativas. Até que finalmente encontrou “as palavras certas”, como o próprio escritor explicou, revelando que a história de Frederic Henry, um condutor de ambulâncias que presta serviço na frente italiana durante a guerra, e da sua paixão por uma enfermeira inglesa, é também um pouco a sua história. “Uma semiautobiografia.”
Para o neto do escritor, Seán Hemingway, a reedição do “Adeus às armas” não é tanto sobre a história mas sim sobre como foi escrita.
“Acho que as pessoas interessadas em escrever vão gostar de ver um grande trabalho e de ter uma ideia de como ele foi feito”, disse ao New York Times Séan, para quem o seu avô foi “ um autor que captou a imaginação do público americano”. “Esta nova edição é interessante porque está realmente focada no seu trabalho”, acrescentou o neto do escritor, que descobriu estas histórias quando estudava a obra do avô em colaboração com a Biblioteca e o Museu Presidencial John F. Kennedy, em Boston, onde está a coleção de Ernest Hemingway, desde 1979.
Na obra que chega agora às lojas, com a capa original e com 330 páginas, há também uma lista de títulos alternativos à história.”in Jornal Público | 06 de julho de 2012

"O Adeus às Armas", muito provavelmente o melhor romance americano resultante da experiência da Primeira Guerra Mundial, é a história inesquecível de Frederic Henry, um condutor de ambulâncias que presta serviço na frente italiana, e da sua trágica paixão por uma bela enfermeira inglesa. O retrato franco e sem falsos pudores que Hemingway esboça da ligação amorosa entre o Tenente Henry e Catherine Barkley, arrastados pelo inexorável turbilhão da guerra, brilha com uma intensidade sem paralelo na literatura moderna, e a sua descrição do ataque alemão ao Caporetto – com as intermináveis filas de homens a caminhar à chuva, esfomeados, exaustos e desmoralizados – é decerto um dos grandes momentos de sempre de toda a história literária. Romance de amor e sofrimento, de lealdade e deserção, O Adeus às Armas, escrito quando tinha apenas trinta anos, é uma das obras-primas de Ernest Hemingway.

2 comentários:

  1. Ernest Hemingway, um escritor que sabe sempre bem recordar. Uma chamada de atenção para o seu pendor perfeccionista na escrita, na vida, em tudo!... Talvez esta faceta possa explicar o seu trágico fim! Viva Hemingway!...

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  2. Grande romance. Grande escritor. Uma personagem para a enternidade.

    http://www.cemiteriodoslivrosperdidos.blogspot.pt/

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