domingo, 21 de março de 2021

Ao Domingo Há Música


Canção de embalar 
 
Dorme meu menino a estrela d'alva
Já a procurei e não a vi
Se ela não vier de madrugada
Outra que eu souber será p'ra ti
 
Outra que eu souber na noite escura
Sobre o teu sorriso de encantar
Ouvirás cantando nas alturas
Trovas e cantigas de embalar

Trovas e cantigas muito belas
Afina a garganta meu cantor
Quando a luz se apaga nas janelas
Perde a estrela d'alva o seu fulgor
 
Perde a estrela d'alva pequenina
Se outra não vier para a render
Dorme qu'inda a noite é uma menina
Deixa-a vir também adormecer.
 Zeca Afonso

 A poesia marca a rubrica deste domingo. A música e a poesia entrelaçam-se, caminham de mãos dadas. Têm ambas  ritmo e harmonia. Há cantores que souberam dar voz a belos poemas de grandes poetas. Neste dia Internacional da Poesia, evocamos algumas dessas vozes. Por vezes, o cantor é também poeta. Assim é Zeca Afonso: Um grande intérprete das suas próprias composições. 
Ei-lo , em Canção de Embalar , voz ,  poema e Música de Zeca Afonso.
A magnifica voz de Amália Rodrigues, em Fado Português . O poema é de José Régio e a  música de Alain Oulman.
 "Sei de um rio", Camané canta Pedro Homem de Melo .
 
Cuca Roseta , em Com que voz, no Museu Islâmico de Tavira.  Poema de Luís Vaz de Camões e Música de Alain Oulman.
Léo Ferré , em Frères humains, l'amour n'a pas d'âge (Villon - Ferré). Registo extraído  do  DVD "Léo Ferré chante les poètes" (Théâtre libertaire de Paris, 1986) Poema  do poeta François Villon. Música de  Léo Ferré.
  
India Martínez , em Nana  del Caballo Grande ,  poema retirado da obra "Bodas de Sangre" de Frederico Garcia Lorca (1898-1936) e Música de Camarón De La Isla
A bela voz de Maria Bethania, em  Prece , poema  de  Fernando Pessoa, retirado do livro  Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, de Fernando Pessoa .Textos estabelecidos por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho. Lisboa: Ática. 1966. Piano e Música de Denis Bevenuto.  
 

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