sábado, 20 de março de 2021

Sobre a Poesia XXI


Todas as coisas têm o seu mistério, e a poesia é o mistério de todas as coisas.
 Frederico Garcia Lorca, "Conversa Sobre o Teatro"

Um dos méritos da poesia, que muita gente não percebe, é que ela diz mais que a prosa e em menos palavras que a prosa.
  Voltaire , "Miscelânia de Filosofia"

"Sobre a Poesia" é um espaço que se enche com as palavras dos poetas. Não tem tido uma edição regular . Se a poesia é o mistério de todas as coisas , nem sempre é explicável  uma constante presença organizada em rubrica. A Poesia faz parte intrínseca deste blog. Tem enchido páginas e rivalizado em são critério com a prosa. Há quem dê à métrica e ao ritmo a mais bela vestimenta de um poema. Um grande fabro labora em apetrechada  oficina poética.   A beleza da escrita manifesta-se em várias formas. Há poemas de um grande rigor poético que se erguem na perfeição dos seus alicerces e há poemas que não são mais que fascinante prosa poética que se impõem  pela nudez crua da sua forma. De todos eles nos temos banqueteado, ao longo deste tempo de existência, A poesia anda por aí. Não esmorece. Não abandona. Tem contrato firme e rubricado. Invade-nos em sobressalto ou  em requebrado  apaziguamento. Hoje , em jeito de antecipação, retomamos esta rubrica, a XXIª edição, para celebrar o Dia Internacional da Poesia que acontece amanhã, dia 21 de Março.  A voz e a palavra são dos poetas .São eles que vão  reflectir sobre a própria arte .
A poesia 
por Octavio Paz
"A poesia alimenta-nos e aniquila-nos, dá-nos a palavra e condena-nos ao silêncio. É a percepção necessariamente momentânea (não resistiríamos muito mais) do mundo sem medida que um dia abandonamos e ao qual regressamos ao morrermos. A linguagem crava as suas raízes nesse mundo mas transforma os seus sucos e reacções em signos e símbolos. A linguagem é a consequência (ou a causa) do nosso desterro do universo, significa a distância entre nós e as coisas. É também o nosso recurso contra essa distância."
Octavio Paz, in  O Macaco Gramático, Bibliotex Editora, 2004

Destino do Poeta
Palavras? Sim, De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.

Também a luz em si mesma se perde.
Pedra nativa
(fragmento)
Como as pedras do Princípio
Como o princípio da Pedra
Como no Princípio pedra contra pedra
Os fastos da noite:
O poema ainda sem rosto
O bosque ainda sem árvores
Os cantos ainda sem nome

Mas a luz irrompe com passos de leopardo
E a palavra se levanta ondula cai
E é uma extensa ferida e puro silêncio sem mácula
Octavio Paz, em Transblancoem Torno a Blanco, [tradução Haroldo de Campos]. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
Arte Poética
por Sophia de Mello Breyner Andresen,
"A poesia não me pede propriamente uma especialização pois a sua arte é uma arte do ser. Também não é tempo ou trabalho o que a poesia me pede. Nem me pede uma ciência nem uma estética nem uma teoria. Pede-me antes a inteireza do meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade mais pura do que aquela que eu posso controlar. Pede-me uma intransigência sem lacuna. Pede-me que arranque da minha vida que se quebra, gasta, corrompe e dilui uma túnica sem costura. Pede-me que viva atenta como uma antena, pede-me que viva sempre, que nunca me esqueça. 
Pede-me uma obstinação sem tréguas, densa e compacta.
Pois a poesia é a minha explicação com o universo, a minha convivência com as coisas, a minha participação no real, o meu encontro com as vozes e as imagens. Por isso o poema fala não de uma vida ideal mas sim de uma vida concreta: ângulos da janela, ressonâncias das ruas, das cidades e dos quartos, sombra dos muros, aparição dos rostos, silêncio, distância e brilho das estrelas, respiração da noite, perfume da tília e do orégão.
É esta relação com o universo que define o poema como poema, como obra de criação poética. […]
Se um poeta diz “obscuro”, “amplo”, “barco”, “pedra” é porque estas palavras nomeiam a sua visão do mundo, a sua ligação com as coisas. Não foram palavras escolhidas esteticamente pela sua beleza, foram escolhidas pela sua realidade, pela sua necessidade, pelo seu poder poético de estabelecer uma aliança. E é da obstinação sem tréguas que a poesia exige que nasce o “obstinado rigor” do poema. O verso é denso, tenso como um arco, exactamente dito, porque os dias foram densos, tensos como arcos, exactamente vividos. O equilíbrio das palavras entre si é o equilíbrio dos momentos entre si.
E no quadro sensível do poema vejo para onde vou, reconheço o meu caminho, o meu reino, a minha vida."
Sophia de Mello Breyner Andresen, in Geografia, Edição Assírio & Alvim, Setembro  de 2014  
As Fontes
Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal, 
E calma subirei até às fontes.

Irei até às fontes onde mora
A plenitude , o límpido esplendor 
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.

Irei beber a luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
Sophia de Mello Breyner Andresen, in Poesia, Editorial Caminho, p. 54
Apesar  das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão, 
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
Sophia de Mello Breyner Andresen, in Poesia, Editorial Caminho,p.9

POESIA E ORALIDADE
por Manoel de Andrade
"A Poesia, ao longo do tempo, foi perdendo a nítida feição com que nasceu: a oralidade. Conta-se que há 2.500 anos, o poeta grego Simónides de Ceos — célebre pelo hino que compôs aos heróis das Termópilas e que treinou sua memória para correr a Grécia declamando os poemas de Homero, de Safo e de poetas que o antecederam — encontrou um dia seu discípulo e conterrâneo Baquílides, escrevendo suas odes sobre uma placa de cera e o acusou de trair a poesia cuja magia e encanto, dizia, estava em sua expressão declamatória e não na palavra escrita. “A Poesia, afirmava ele, é uma pintura que fala”. A poesia oral consta dos mais antigos registros literários da Grécia micênica e embora, no terceiro mundo, ainda se encontrem hoje culturas ágrafas, cuja expressão poética se manifesta apenas pela oralidade, é necessário lembrar que a literatura nasce da littera(letra), como pressuposto da escrita e da leitura. Assim, um fenômeno não pode excluir o outro e é tão importante valorizar a tradição oral da poesia, quanto reconhecer que sem a escrita, parte de todo o seu acervo histórico se perderia com o tempo. Nesse sentido tanto a poesia escrita, como a vocalizada ou dramatizada são expressões por onde permeia a mágica dimensão poética. Nas antigas culturas de tradição oral os poetas eram tidos como os receptores e transmissores do Conhecimento e reverenciados como os guardiões da Sabedoria e por isso considerados tão importantes como os reis, sendo que os reis podiam ser mortos, mas matar um poeta era considerado um sacrilégio. O premiado poeta nicaraguense Ernesto Cardenal, em seu notável Prólogo a la antología de la poesía primitiva, afirma que “ el verso es el primer linguaje de la humanidade. Siempre ha aparecido primero el verso, y después la prosa; y ésta es una espécie de currupción del verso. En la antigua Grécia todo estaba escrito en verso, aun las leyes: y en muchos pueblos primitivos no existe más que el verso. El verso parece que es la forma más natural del lenguaje”.
(…)
Nós, os poetas, temos plena consciência de que não podemos mudar o mundo, embora nosso DNA seja feito de sonhos. Por isso somos tão poucos e estamos cada vez mais sozinhos. Quem sabe por sermos os herdeiros solitários de tantas utopias!? A pós-modernidade aniquilou o homem. Tentou matar Deus, tentou matar a Verdade, está tentando matar a Arte e a Poesia. Na década de 70 perguntaram a Pablo Neruda o que aconteceria com a poesia no ano 2000. Ele respondeu que, com certeza, não se celebraria a morte da poesia. Que em todas as épocas deram por morta a poesia, mas que ela está sempre ressuscitada e que parece ser eterna. O grande poeta e revolucionário argentino Juan Gelman, prémio Cervantes de 2007, afirma que “Lo extraordinário es como la poesía, pese a todo, a las catástrofes de todo tipo, humanas, naturales, viene del fondo de los siglos y sigue existiendo. Ese es el gran consuelo para mí. Va a seguir existiendo hasta que el mundo se acabe si es que se acaba alguna vez”.
(…)
A poesia está inscrita no âmago da alma humana e ela é de todos os tempos. Desde Homero, há 3.000 anos, cantando as peripécias de Ulisses e os combates de Aquiles; desde Camões cantando a saga dos grandes descobrimentos, até Castro Alves cantando a liberdade para os escravos e Drummond de Andrade, dizendo-nos, poeticamente, que há sempre “uma pedra no caminho” de nossas vidas. A palavra, na poesia, foi e será sempre a mais bela forma de resistência contra um mundo desumano, e um profético aceno para um tempo melhor.
(…)
Eis porque nós, os poetas, sentimos que só resta a nossa própria plenitude, esse misterioso monólogo com a história e o incognoscível, porque habitamos o território do encanto e do amanhecer. Cantamos porque vivemos dessa partícula de sonho que nos sobrepõe ao real, como disse Ingenieros. Cantamos porque acreditamos na missão imperecível da beleza, apesar de todo esse desamparo e essa perplexidade ante um mundo cada vez mais violento e cruel. Cantamos “porque a canção existe” e essa é a nossa fortuna. Cantamos para dizer nossas verdades e repartirmo-nos em cada verso. Cantamos porque cada palavra, cada poema nosso é uma esperança de busca e de encontro, um mágico roteiro para a liberdade, uma proposta de diálogo com o mundo, um gesto de amor para legitimar a condição humana e também nossa gota de lirismo para salvar a poesia de sua angustiante agonia. (...)”
Manoel de Andrade, poeta brasileiro, em ensaio publicado no Blog Palavras todas as palavras, Novembro 4, 2008
Travessia

A praia quase deserta
a manhã despertando na luz dos elementos
o céu e o mar buscando os seus azuis
as águas que se iluminam lentamente
o vôo preguiçoso das gaivotas

a serenidade de uma vela na distância
as ondas que se quebram mansamente
o enigma dessa paz que só o mar nos concede.

Meus olhos perscrutam o impossível
na invisível beleza marítima da vida.
Minha alma penetra no âmago majestoso da paisagem
e viaja longamente pelo instante mágico do tempo.

Mar, imenso mar
meu olhar flutua na imobilidade do teu corpo iluminado
nestas canoas batidas pela luz ao largo da baía
nestes pescadores curtidos pelo sol e pelo azul
a recolher, de longe em longe, seus frutos de escamas coloridas.
Beijo-te na salgada madeira destes barcos recolhidos,
te abraço no velho homem remendando sua rede.

Caminho neste estuante cenário de água e areia
recordo-me menino neste banquete de espumas flutuantes
na frescura das ondas que morrem aos meus pés
mergulho no teu ritmo
e danço contigo no encanto desta valsa milenar.

Atlântico, meu Atlântico
águas que não conheço nas distâncias do horizonte
esse mar visto apenas das areias
da foz exuberante das correntes
da barra destes rios que tu acolhes
águas fundas, águas rasas
águas doces que cruzei.

Recortados litorais do sul
meu norte
minha praia
meu idioma açoriano
meu salgado fruto
minha fritura, meu peixe, meu pirão
roteiro prematuro dos meus passos
itinerário incansável em meus pés descalços
íntimos recantos de baías e enseadas
antigo esconderijo dos corsários
história nas estórias de velhos habitantes.
Mar, imenso mar
planície total e palpitante
miragem e sedução
misteriosa superfície nos caminhos do destino
o mar de todas as proas
esse território dos meus sonhos.

Navegar, não naveguei...
as águas do Titicaca foram minha gota de oceano no alto da Cordilheira
navegar como quisera navegar, nunca naveguei...
rota costeira de Quayaquil à Callao,
minha única travessia
meu mar sem horizontes
minha comovida migalha de aventura
.
Curitiba, Março de 2004
Manoel de Andrade , in Cantares - Poemas, Escrituras Editora, São Paulo, Brasil ,2007, pp. 33,34, 35
Breve programa para uma iniciação ao canto
por Ruy Belo
(...)Escrever é desconcertar, perturbar e, em certa medida , agredir. Alguém se encarregará de institucionalizar o escritor, desde os amigos, os conterrâneos, os companheiros de luta, até todas aquelas pessoas ou coisas que abominou e combateu. Acabarão por lhe encontrar coerência, evolução harmoniosa, enquadramento numa tradição.  Servir-se-ão dele, utilizá-lo-ão, homenageá-lo-ão. Sabem que assim o conseguirão calar, amordaçar, reduzir.
É claro que falo do poeta e não do poetastro , do industrial e comerciante de poemas, do promotor  da venda das palavras que proferiu. Falo do homem que nunca repousou sobre o que escreveu, que se recusou a servir-se a si e a servir, que constantemente se sublevou. 
Falo do homem que, ombro a ombro com os oprimidos , empunhando a palavra como uma enxada ou uma arma encontrou  ou pelo menos procurou na linguagem um contorno para o silêncio que há no vento , no mar , nos campos.
O poeta sensível e até mais sensível porventura  que os outros homens, imolou o coração à palavra, fugiu da autobiografia, tentou evitar a todo o custo  a vida privada. Ai dele  se não desceu à rua, se não sujou  as mãos nos problemas do seu tempo, mas ai dele também se,  sem esperar por uma imortalidade rotundamente incompatível com a sua condição mortal, não teve sempre os olhos postos no futuro, no dia de amanhã , quando houver mais justiça, mais beleza sobre esta terra sob a qual jazerá, finalmente tranquilo, finalmente pacífico, finalmente adormecido, finalmente senhor e súbdito do silêncio que em vão tentou apreender com palavras, finalmente disponível não já tanto para o som dos sinos como para o som dos guizos e chocalhos dos animais que comem a erva que afinal pode crescer no solo que ele , apodrecendo, adubou com o seu corpo merecidamente morto e sepultado,"
Ruy Belo, in Todos os Poemas II,  Assírio & Alvim, p. 10.
Um Dia Não Muito Perto Não Muito Longe
Às vezes sabes sinto-me farto
por tudo isto ser sempre assim
Um dia não muito longe não muito perto
um dia muito normal um dia quotidiano
um dia não é que eu pareça lá muito hirto
entrarás no quarto e chamarás por mim
e digo-te já que tenho pena de não responder
de não sair do meu ar vagamente absorto
farei um esforço parece mas nada a fazer
hás-de dizer que pareço morto
que disparate dizias tu que houve um surto
não sabes de quê não muito perto
e eu sem nada pra te dizer
um pouco farto não muito hirto e vagamente absorto
não muito perto desse tal surto
queres tu ver que hei-de estar morto?
Ruy Belo, in Homem de Palavra[s], 5.ª edição, introdução de Margarida Braga Neves, Junho de 1997, Editorial Presença, p. 83.

Povoamento

No teu amor por mim há uma rua que começa
Nem árvores nem casas existiam
antes que tu tivesses palavras
e todo eu fosse um coração para elas
Invento-te e o céu azula-se sobre esta
triste condição de ter de receber
dos choupos onde cantam
os impossíveis pássaros
a nova primavera
Tocam sinos e levantam voo
todos os cuidados
Ó meu amor nem minha mãe
tinha assim um regaço
como este dia tem
E eu chego e sento-me ao lado
da primavera.
Ruy Belo, in Aquele Grande Rio Eufrates, Assírio & Alvim. 

O poema
 por José Tolentino Mendonça
"O poema é um exercício de dissidência, uma profissão de incredulidade na omnipotência do visível, do estável, do apreendido. O poema é uma forma de apostasia. Não há verdadeiro poema que não torne o sujeito um foragido. O poema obriga a pernoitar na solidão dos bosques, em campos nevados, por orlas intactas. Que outra verdade existe no mundo para além daquela que não pertence a este mundo? O poema não busca o inexprimível: não há piedoso que, na agitação da sua piedade, não o procure. O poema devolve o inexprimível. O poema não alcança aquela pureza que fascina o mundo. O poema abraça precisamente aquela impureza que o mundo repudia."
José Tolentino Mendonça, in A noite abre meus olhos, Edição Assírio & Alvim, Dezembro de 2014  

Machico, Madeira

Caminho do Forte, Machico

No caminho onde aprendi o outono
sob o azul magoado
os pescadores cruzavam ainda linhas
províncias clareiras
e esse gesto masculino de apagar a dor

chegava pelos percalços da terra
o carro do gelo
e os miúdos tiravam bocados para comer às dentadas
em retrato selvagem mas, juro-vos, havia encanto
havia qualquer coisa, outra coisa
nesse instante em perda

as mulheres sentavam-se à porta com os bordados
quando passavam estrangeiros

ficavam sempre a sorrir nas suas fotografias
José Tolentino de Mendonça, in  Longe não sabia,  Editora Presença

A casa onde às vezes regresso

A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes,estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos

Durmo no mar, durmo ao lado de meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo

Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração

José Tolentino de Mendonçain A noite abre meus olhos,  Assírio & Alvim Editores

A voz de Natália Correia em Defesa do Poeta, um poema da sua autoria , que faz parte do CD Amália/Vinicius. Gravado num serão de 1968, em casa de Amália Rodrigues com os poetas Vinicius de Moraes, David Mourão-Ferreira, José Carlos Ary dos Santos e Natália Correia. Este  disco foi proibido pela Direcção dos Serviços de Censura da Emissora Nacional, em 1970. O poema está publicado no livro,  de Natália Correia ,Poesia Completa Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2000. Vem acompanhado  com a seguinte nota em rodapé: "Compus este poema para me defender no Tribunal Plenário de tenebrosa memória. O que não fiz a pedido do meu advogado que sensatamente me advertiu de que essa insólita leitura no decorrer do julgamento comprometeria a defesa, agravando a sentença." Em 1966, Natália Correia  foi condenada a três anos de cadeia – com pena suspensa – pela publicação da Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica.

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