terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O Fado nasceu um dia...

O Fado nasceu um dia
 Quando o vento mal bulia
 E o céu o mar prolongava
 Na amurada dum veleiro
 No peito de um marinheiro 
Que estando triste cantava 
Que estando triste cantava 
(...)
           José Régio 

"Mariza interpreta canções de Amália no seu novo álbum, celebrando assim 20 anos de carreira no ano em que Amália faria 100 anos de vida.
 «Amália é uma inspiração maior, não só para mim, mas para tantos artistas portugueses e ainda muitos outros internacionais, assim como para todos os portugueses», explica Mariza. «Como diria o grande António Variações: ‘Todos nós temos Amália na voz’».
À guitarra e à viola, como é apanágio do fado, mas também com orquestra, como Amália provou ser possível, Mariza dá-nos a sua Amália. Com arranjos e direcção de orquestra de Jaques Morelenbaum, cúmplice eterno de Caetano Veloso e Ryuichi Sakamoto, que reencontra Mariza 15 anos depois de lhe ter produzido Transparente (2005), Mariza Canta Amália. Claro: Mariza sempre cantou Amália – logo no trabalho que a revelou, Fado em Mim (2001), já reinterpretava “Barco Negro” ou “Oiça Lá ó Senhor Vinho”, e ao longo dos seus sete trabalhos de estúdio e três registos de concerto anteriores, várias vezes gravou repertório de Amália.
Mas esta é a primeira vez que Mariza dedica todo um álbum ao seu repertório. E, dos dez temas escalados para Mariza Canta Amália, apenas se abalançara anteriormente a um – “Barco Negro”. Com os arranjos extraordinariamente líricos de Jaques Morelenbaum a permitir-lhe encontrar novos matizes, Mariza torna seus alguns dos maiores ex-libris de Amália: “Gaivota”. “Estranha Forma de Vida”. “Com que Voz”. “Fado Português”. “Povo que Lavas no Rio”. “Foi Deus”. Como nunca os ouvimos antes – e Mariza (re)cria-os como só Amália os soube (re)criar antes. Gravado entre Lisboa e o Rio de Janeiro, Mariza Canta Amália é o feliz encontro entre um repertório inesgotável, uma voz imortal e um produtor de excepção. Um encontro que não vamos esquecer tão cedo. O álbum foi trabalhado nos estúdios, “Nas Nuvens” e “Visom”, no Rio de Janeiro, entre Dezembro de 2019 e Fevereiro de 2020. Gravações adicionais também em Lisboa nos Atlântico Blue Studios e Bela-flor Recording Studios. " 
1. Com que voz  – Letra: Luís de Camões / Música: Alain Oulman
2. Barco Negro – Letra e Música: Caco Velho, Piratini / Adaptação da letra: David Mourão-Ferreira
3. Lágrima – Letra: Amália Rodrigues / Música: Carlos Gonçalves
4. Formiga Bossa Nova – Letra: Alexandre O’Neill / Música: Alain Oulman
5. Estranha forma de vida – Letra: Amália Rodrigues / Música: Alfredo Duarte
6. Cravos de papel –Letra: António Sousa Freitas / Música: Alain Oulman
7. Povo que lavas no rio – Letra: Pedro Homem de Mello / Música: Joaquim Campos
8. Foi Deus – Letra e Música: Alberto Janes
9. Gaivota –Letra: Alexandre O’Neill / Música: Alain Oulman
10. Fado Português – Letra: José Régio / Música: Alain Oulman
Não é, por isso, surpresa que Mariza homenageie finalmente Amália por inteiro. Como só ela o pode fazer: habitando o repertório da mais lendária de todas as fadistas a seu modo, e trazendo-o para o século XXI sem lhe retirar alma nem identidade. No seu 20º aniversário de carreira, no centenário do nascimento da Diva – «porque sinto que esta é a melhor forma de homenagear e agradecer todo o legado e inspiração que nos deixou» – Mariza revela-nos, finalmente, o projecto que há muito almejava: Mariza Canta Amália." Arte sonora
Mariza , em  Fado Português (Letra: José Régio / Música: Alain Oulman ), do novo Álbum " Mariza canta Amália".
    
Se canto 
não sei porque canto 
Misto de aventura, 
saudade, ternura 
Ou talvez amor
Só sei que cantando 
Sinto o mesmo quando
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto 
Nos deixa melhor
Foi Deus 
Que deu voz ao vento 
Luz ao firmamento
E pôs o azul nas ondas do mar 
Foi Deus 
que me pôs no peito 
Um rosário de penas 
que vou desfiando
e choro a cantar. 
Mariza, em  Foi Deus [ Official Audio Video ]Letra e Música: Alberto Janes, do novo Álbum " Mariza canta Amália".
 
Povo que lavas no rio 
Que talhas com o teu machado 
As tábuas do meu caixão 
Pode haver quem te defenda 
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não 
Mariza, em  Povo Que Lavas No Rio [ Official Audio Video ]Letra: Pedro Homem de Mello / Música Joaquim Campos, do novo Álbum " Mariza canta Amália".

Sem comentários:

Enviar um comentário