terça-feira, 19 de março de 2024

Novo Livro de Eugénio Lisboa



A Guerra & Paz anuncia,  no seu site, a pré-venda do novo livro de poesia de Eugénio Lisboa, soneto, modo de usar
Um livro de  grande engenho , todo ele construído apenas com aquele "artefacto literário", como  o designa o autor,  que é o soneto. Alguém afirmou que a Matemática está presente em tudo, principalmente na Poesia e na Música. Eugénio Lisboa , engenheiro de formação, tem na Matemática um dos seus grandes "saberes" . Aliás , tal como enuncia Pascal, l’esprit de géométrie et l’esprit de finesse adaptent la méthode au problème, o que Eugénio Lisboa faz na perfeição  . O soneto sai galhardo e altivo da oficina deste grande e veterano poeta. Enche páginas, ora  luminosas  ora  agrestes com a versificação de temas que o açoitam, que o desafiam, que o incomodam , que o fazem rir. Para deleite de todos nós, vinga-se do soneto ao domá-lo com glória e requinte. 
Bem haja!
Eugénio Lisboa

Eis o que nos diz Eugénio Lisboa, no prefácio  ao seu livro  "Soneto, Modo de Usar".

A VINGANÇA DO SONETO
por Eugénio Lisboa
O soneto vinga-se dos versejadores,
recusando-se de forma impecável.
           Carlos Drummond de Andrade

"O soneto é um artefacto literário de construção difícil – é isto um juízo consensual. Alguns vão até mais longe e afirmam, como Godeau, bispo de Vence, que o soneto não é deste mundo. A este propósito, Charles Asselineau observava, ironicamente, que Godeau era crente em Deus, mas ateu em soneto. Seja como for, os testemunhos relativos à quase impossibilidade de se fazer um soneto perfeito são mais do que muitos.
Esta “dificuldade”, de Petrarca para cá, não tem impedido que alguns grandes ou notáveis poetas tenham decidido tentar a sua sorte, confinando, em catorze versos de dez sílabas, um iluminado conceito ou uma emoção profunda. Mas, mesmo os que mais nos comoveram, ficaram, algumas vezes, longe da perfeição. Antero, entre outros que ostensivamente negligenciaram a oficina poética.
A verdade - é uma verdade que muitos não reconhecem – é que um poema ganha sempre com o esforço investido em escrevê-lo, quando tem de se confrontar uma dificuldade. Penso mesmo que ter de vencer uma dificuldade é uma componente essencial de escrever um poema. Tal como o avião só levanta voo devido à resistência que o ar opõe à sua asa, também o poema só levanta voo quando algo resiste à vontade do poeta. Não há voo sem resistência, isto é, sem dificuldade vencida. O poeta americano Robert Frost dizia, com alguma perfídia, que querer escrever um poema, fugindo aos seus obstáculos, era o mesmo que jogar ténis sem rede.
A pandemia, a guerra e a minha idade confinaram-me muito num espaço reduzido, obrigando-me a inventar recursos de entretenimento, que pudessem ter também outros usos. Passados os noventa, não faz sentido embarcar em projectos de longo curso. O soneto não é um projecto de longo curso, embora possa sê-lo de longo alcance e de produtiva dificuldade. Com ele, tenho revisitado descobertas e emoções de um tempo não perdido. A dificuldade aguça o engenho e o meu bem precisava de ser afiado.
Com o uso e o tempo, fui-me sentindo cada vez mais em casa, no soneto. O resultado é, para já, este livro, que aceita um formato que vem de Petrarca, mas acolhe também aflições bem actuais e bem modernas. A sua mais que provável imperfeição é, como insinuava Drummond, a vingança do soneto."
Eugénio Lisboa

Ficha Técnica do Livro 
Título : soneto, modo de usar
Autor: Eugénio Lisboa
Editor: Guerra&Paz
Categoria(s): Ficção, Poesia
Nº de Páginas:166
Ano de Edição:Abril 2024
ISBN:978-989-576-056-5
Formato:15x20
Preço:15,00, € 13,50 €

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