terça-feira, 15 de novembro de 2022

A rendição da palavra

A palavra pode só o que pode,
por mais que ensaie ir mais além:
diante de um mundo que explode,
sabe que é só impotente refém.
 
O apocalipse está bem perto
e já se lobrigam os seus cavalos:
são esbeltos bichos em céu aberto,
anunciando tremendos abalos!
 
Para os travar, temos a palavra,
mínimo guerreiro, que mal nos resta:
cheia de horror, com coragem, lavra
 
terreno que a peste já infesta.
Heroica, fala e diz em voz alta
que é a vaga final que nos assalta.
                             15.11.2022
Eugénio Lisboa

1 comentário:

  1. Tudo o que começa tem de acabar e o mundo não fugirá à regra! Venham de novo os dinossauros, talvez se entendam melhor do que o Homem!

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