sábado, 12 de novembro de 2022

Do humor de George Bernard Shaw

George Bernard Shaw  foi um famoso dramaturgo, romancista, ensaísta, crítico e activista político, que nasceu a 26 de Julho de 1856, em Dublin, e faleceu em Ayot St. Lawrence, Hertfordshire, Inglaterra, a 2 de Novembro de 1950. Em 1925 , foi o vencedor do Prémio Nobel da Literatura. Viveu em Londres a maior parte da sua vida ,  criticando a política inglesa sobre a Irlanda. Foi cofundador da London School of Economics e da Fabian Society, uma “sociedade socialista reformista". Autor de 52 peças, 5 novelas, inúmeros ensaios e crónicas sobre quase tudo que se podia escrever de sua época. É quase impossível medir a magnificência da sua estatura produtiva. Na Primeira Guerra Mundial, colocou-se contra a guerra sugerindo o absurdo da paz e da diplomacia. Argumentou que todos eram igualmente culpados pela guerra. Na Segunda Guerra Mundial, largou inconformado o pacifismo diante da ideia de que não era possível outra saída, criticando abertamente  a neutralidade dos States (USA) e convocando o resto do mundo a lutar contra o fascismo. Morreu aos 94 anos produzindo até ao final.

A sua peça  "Pigmaleão" foi adaptada para o cinema com o título de "My Fair Lady", sob a direcção de George Cukor e a participação de Andrey Hepburn
George Bernard Shaw convidou Winston Churchill, por telegrama, para a estreia desta peça . Eis o resultado: 
"Shaw:
– Reservei duas entradas para a primeira noite da minha nova peça. Venha e traga um amigo, se tiver.
Churchill respondeu:
– Não poderei ir à primeira apresentação, mas irei à segunda, se tiver."

Transcrevemos algumas frases famosas, retiradas de um dos seus livros Socialismo para Milionários  publicado em 1901.   Livro de um humor sarcástico. Uma sátira à cegueira dos milionários que vivem oprimidos pelo dinheiro. A extracção das frases foi feita da edição da Ediouro, do Rio de Janeiro.

“O verdadeiro artista prefere deixar a mulher morrer de fome, os filhos andarem descalços, a mãe septuagenária trabalhar para sustentá-lo, a trabalhar em qualquer coisa que não seja a sua arte.”

“Um homem moderadamente honesto com uma esposa moderadamente fiel, sendo ambos bebedores moderados numa casa moderadamente saudável, eis o verdadeiro tipo da classe burguesa.”

“Não deveis supor, só por eu ser um homem de letras, que nunca tentei ganhar a vida honestamente.”

“A nomeação de uma pequena minoria corrompida é substituída, na democracia, pela eleição por uma multidão incompetente.’

“Quando um tolo pratica um ato de que se envergonha, declara sempre que fez o seu dever.’

“A escravidão atingiu o seu ponto culminante em nossa época sob a forma do trabalho assalariado livre.”

“Uma vida inteira de felicidade? Ninguém a aguentaria: seria o inferno na Terra.”

“Um gentleman não é um homem, pelo menos não um homem comum – pois o homem comum não passa de um escravo que alimenta e veste o gentleman melhor que os demais.”

“O pior crime para com os nossos semelhantes não é odiá-los, mas demonstrar-lhes indiferença: é a essência da desumanidade.”

“Há duas tragédias na vida: uma, a de não alcançarmos o que o nosso coração deseja; a outra, de alcançá-lo.”

“O que realmente lisonjeia uma pessoa é que a julguemos digna de ser lisonjeada.”

“É claro que um romance não pode ser ruim demais para não ser publicado… Mas é decerto possível que um romance seja bom demais para ser publicado.”

“Sabeis o que é um pessimista? Um homem que julga os demais tão sórdidos como ele próprio e por isso os detesta.”

“A ideia de que houve qualquer progresso desde a época de César (menos de 20 séculos) é absurda demais para entrar em discussão. Toda a selvajaria, a barbárie, o obscurantismo e todo o resto de que nós guardamos lembrança, no passado, existe no presente momento.”

“O homem razoável adapta-se ao mundo; o desarrazoado insiste em tentar adaptar o mundo a si mesmo. Por isso, todo progresso depende do homem desarrazoado.”

“Há apenas uma religião, embora dela exista uma centena de versões.”

“As igrejas têm que aprender a praticar a humildade tão bem quanto pregá-la.”

“O sacrifício de nós próprios permite-nos sacrificarmos sem vergonha os outros.”

“Não gosto de sentir-me em casa enquanto estou no estrangeiro.”

“A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal do qual somos feitos.”

George Bernard Shaw, in  Socialismo para Milionários, Rio de Janeiro, Ediouro, 2001.

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