sábado, 17 de setembro de 2022

RIKI-TIKI-TAVI

Nunca hei de esquecer
o relato de uma luta
- algo de estarrecer –
entre cobra convoluta
e manguço muito astuto.
Riki-Tiki-Tavi era
o seu nome de guerra:
lutava como uma fera,
com saltos de quem não erra!
Pequeno mas resoluto,
saltando e dando guinchos,
incansável a fintar,
em saltos como caprichos,
até a cobra ferrar!
Tendo-a ferrada, o puto
não mais a deixava fugir,
porque bichinho matuto
é sábio a persistir.
Esta linda epopeia,
não menor que outras sagas
da cultura europeia,
mesmo não tendo adagas,
é história que emociona,
que empolga e seduz,
ao ver cobra fanfarrona
apanhar sova de truz!
Contou-a grande escritor,
no seu livro sobre a selva,
com emoção e sabor,
pra meninos sobre a relva…
                      17.09.2022
Eugénio Lisboa
 
Li esta maravilhosa história, na minha adolescência em Lourenço Marques, extraída do célebre JUNGLE BOOK, de Rudyard Kipling (que viria a ser livremente transporto para o cinema). A história da luta do pequeno manguço com a venenosa cobra comoveu-me tanto, que adoptei o pseudónimo literário de Riki-Tiki-Tavi, nos papéis que então escrevia e não mostrava a ninguém. A diáspora já os levou, mas o encanto ficou. Fica aqui a minha homenagem ao lindo conto de Kipling.

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