Quem ganhou
as Europeias? Hitler!
Por Jack
Soifer*
27/05/2014 -
01:30
“O pó seco e
amargo é fácil de, com qualquer faísca extremista, explodir
O partido
vencedor foi o ABN, Abstenção, Branco e Nulo, com 73% em Portugal e quase isso
em muitos pequenos países. Em alguns concelhos chegou aos 77%, como em
Albufeira. Este é um voto contra o sistema. A assim chamada democracia
representativa deixou de representar os eleitores para representar alguns lóbis
ou outros interesses.
Este nível do
ABN é um alerta: são necessárias urgentes mudanças estruturais, a começar pelo
sistema eleitoral. Por exemplo, nos EUA o congressista representa o seu
eleitorado, pois não importa o partido, será penalizado se não o fizer. Como
ele lá não tem reforma após oito anos, trabalha pelos seus eleitores, mesmo
contra a orientação do partido. Aqui, em nome da “governança” exige-se
fidelidade de voto, mesmo que seja contra os interesses do eleitor.
Este nível de
ABN já ocorreu noutros países; é um alerta para tumultos populares. No Brasil,
precedeu o golpe militar de 1964; no Chile, o de 1973. Na Grécia, os da década
de 1970. Na Alemanha, o descrédito do Parlamento e da austeridade imposta
durante a recessão dos 1930 trouxe ao poder extremistas da esquerda e da
direita, como ocorreu agora na UE. Foi quando Hitler conseguiu tomar o poder e
unir grande parte da Europa, para dominá-la com os seus simpatizantes e matar
os outros. A promiscuidade entre os poderes legislativo, depois eliminado, o
judicial, o executivo (Hitler) e o económico, trouxe um regime adorado pelos
que com ele muito ganharam, odiado pelos pequenos países ocupados pelo nazismo
xenófobo e assassino, que propagava, como a UE, que tudo estava bem.
Precisamos de
uma outra UE para credibilizar o eleitor. Talvez um regresso ao Tratado de
Maastricht que permitia alguma autonomia aos países pequenos e periféricos.
Estes detalhes são discutidos cada vez mais pela elite pensante, e o livro
bilingue Portugal pós-troika? Economic Democracy aborda este debate e
apresenta soluções.
Continuar
como está é querer tapar o sol com a peneira. O pó seco e amargo é fácil de,
com qualquer faísca extremista, explodir.” Público
*Consultor
internacional e autor de Como Sair da Crise e Portugal Pós-Troika
Muito honrou-me a publicação deste meu artigo no PÚBLICO.
ResponderEliminarEsta série continuará em breve com um artigo sobre EXPORTAÇÕES DESPREZADAS. Já há semanas o Vida Economica está a publicar às 6a.f excertos do meu novo livro bilingue PORTUGAL PÓS-TROIKA, de 8 autores de 4 países. São dados estatísticos e históricos, reflexões e sugestões, nada de opiniões. http://www.vidaeconomica.pt/vida-economica-1/publicacoes-9/edicao-num-1542-do-vida-economica-de-23052014/europa/portugal-pos-troika . E no SUL-INFO: http://www.sulinformacao.pt/2014/06/a-ue-e-o-algarvealentejo/
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Agradecemos a informação que muito nos honra.
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