domingo, 23 de abril de 2023

Ao Domingo Há Música

Cartaz de comemoração do dia mundial do livro,
concebido por Lupa Design

… É o leitor que confere a um objecto , lugar ou acontecimento
uma certa legibilidade possível, ou que a reconhece neles; é o
leitor que deve atribuir significado a um sistema de signos e
depois decifrá-lo. Todos lemos a nós e ao mundo e à nossa volta
para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compreender.
(…) Ler, quase como respirar, é nossa função essencial.
Manguel, A., in “ Uma história da leitura”

É neste aspecto que o abraço e a leitura mais se assemelham: o facto de que abrem em seu interior tempos e espaços diferentes do tempo e do espaço mensuráveis. 
Italo Calvino

(...) Melhor para chegar a nada é descobrir a verdade.
O artista é erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
Por pudor sou impuro.
O branco me corrompe.
Não gosto de palavra acostumada.
A minha diferença é sempre menos.
Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.
Não preciso do fim para chegar.
Do lugar onde estou já fui embora.
Manoel de Barros , in “ Poesia Completa , Editora Leya

Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro. A  Direcção Geral do Livro  informa do seguinte:  " O Dia Mundial do Livro é  comemorado, desde 1996 e  por  decisão da UNESCO, a 23 de Abril.  Esta  data  foi  escolhida com  base  na lenda  de  S. Jorge  e  o  Dragão, que na  Catalunha  assinalam para  honrar  a velha  tradição segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de S. Jorge (Sant Jordi) e recebem em troca um livro, testemunho das aventuras do cavaleiro.
Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare, Cervantes ou Garcilaso de La Vega, falecidos ou nascidos em abril.
Também a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, em 2023, presta homenagem a alguns autores portugueses, cujos centenários de nascimento se assinalam: Eduardo Lourenço (1923-2020); Eugénio de Andrade (1923-2005); Mário Cesariny (1923-2006); Mário-Henrique Leiria (1923-1980); Natália Correia (1923-1993); Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013).
O cartaz, com concepção da Lupa Design, poderá ser descarregado no site da DGLAB e impresso.
Convidam-se as Bibliotecas Municipais e as livrarias a darem igualmente destaque aos autores, cuja obra é de particular importância para a literatura portuguesa.
Este cartaz vem no seguimento daquele que foi criado em 2016 para assinalar igualmente centenários de escritores."

O livro é esse objecto,  que se transforma em casa , quando nele entramos.  E, transformado,  ora é palácio vetusto ora uma cabana esplendorosa, ora é uma pequena cidade ora um libertário país,  ora   é  um grande  mundo ora  um  infinito universo.  O livro é tudo aquilo que passamos a ser e a ter,  enquanto o desvendamos. Somos muito daquilo que lemos.
E para que se entrelace, num apertado  abraço, o fascínio do livro  com  a sedução da música , junta-se  uma belíssima peça de um grande compositor. 
Lang Lang, em Piano Concerto No 5 Emperor, in E-Flat Major, Op. 73:Adagio un poco mosso,  de Ludwig van Beethoven.

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