sábado, 12 de fevereiro de 2022

Dois Pensamentos sobre Tolerância e Tirania

DOIS PENSAMENTOS

SOBRE TOLERÂNCIA E TIRANIA
por Eugénio Lisboa
 
Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes, caso contrário, corremos o risco de destruição de nós próprios e da própria tolerância.
Karl Popper
 
Um déspota aceita facilmente que os seus súbditos o não amem, desde que se não amem uns aos outros.
Alexis de Tocqueville
 
Vale a pena ter sempre em mente estes dois pensamentos. O de Popper, talvez o maior estudioso da democracia, desde Platão, põe-nos de sobreaviso contra os “apaziguadores”,  que permitiram que Hitler ascendesse ao poder absoluto, na Alemanha, não por via de um golpe de Estado, mas sim pela tolerância não qualificada, que sempre abre as portas aos tiranos. A mesma estafada conversa do artigo de António Barreto, hoje, no Público. Não quero nem nunca serei “tolerante” com o CHEGA, porque ele quer silenciar e destruir pessoas como eu e eu não estou disposto a consenti-lo. Se a democracia tem de ser ligeiramente imperfeita, para travar a ascensão do CHEGA, SO BE IT! Se a República de Weimar, depois de ter metido Hitler na cadeia, o tivesse deixado lá ficar, ter-se-ia evitado a morte de muitas dezenas de milhões de homens e mulheres e, também, a vergonha do Holocausto: eterna nódoa no percurso do ser humano por este planeta. Quando a tolerância tolera a intolerância, suicida-se. O artigo de António Barreto é um convite ao suicídio da democracia e da tolerância de viver.”
Eugénio Lisboa, 12.02.2022

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