segunda-feira, 26 de março de 2018

A acção humana

"A virtude , assim como o génio, não se ensina; a ideia que se faz da virtude  é estéril, e só pode servir de instrumento, como as coisas técnicas em matéria de arte. Esperar que os nossos sistemas  de moral e as nossas éticas possam tornar os homens virtuosos, nobres e santos, é tão insensato  como imaginar que os nossos tratados  sobre estética possam produzir poetas , escultores, pintores e músicos.
Não há senão três causas fundamentais das acções humanas, e nada se faz sem elas. Temos primeiro a)  o egoísmo, que quer o seu próprio bem ( não tem limites); b) a maldade, que deseja o mal de outrem (vai até à extrema crueldade); c) a piedade, que quer o bem de outrem  ( vai até à generosidade, à grandeza  de alma).  Toda a acção humana depende duma destas três causas ou mesmo de duas."
Artur Schopenhauer, in Dores do Mundo, Editores Santos & Vieira, Empresa Literária Fluminense, Lisboa, 1917, pp.153,154

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