HINO 50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA NACIONAL DE ANGOLA
Angola:
Extensão territorial: 1.246.700 Km²
Capital: Luanda
Língua oficial: Português
Línguas mais faladas: Kimbundu, Umbundo, Kikongo, Tchokwe e Fiote.
População: 35.1 milhões (Projecção)
Moeda: Kwanza
Extensão territorial: 1.246.700 Km²
Capital: Luanda
Língua oficial: Português
Línguas mais faladas: Kimbundu, Umbundo, Kikongo, Tchokwe e Fiote.
População: 35.1 milhões (Projecção)
Moeda: Kwanza
Angola celebra hoje cinquenta anos de independência. Angola , um mundo, que nunca se esquece . Ao chegar tudo nos assola, quando as portas do avião se abrem é um imenso e familiar fogo que se espalha por todo o corpo e o cheiro da terra recaptura-nos com tal intensidade que nos sentimos envergonhados pela traição da ausência. E a memória de tudo quanto ficou em nós reacende-se. Basta chegar. África envolve-nos e estamos de novo num mundo que não tem termo de comparação com outro continente. A Europa fica distante , acabrunhada numa assertividade disciplinada e caduca que nada tem a ver com o fulgor que se solta num continente em construção , espalhado por uma vasta área diversa, desigual.
Chegar a Angola é tudo isso e muito mais. Nada está na mesma.
O Jornal de Angola escreve , com grande relevo, esta notícia:
Angolanos celebram hoje 50.° aniversário da Independência Nacional
"Os angolanos em todo o mundo celebram, esta quarta-feira, o 50.° aniversário da Independência Nacional, cujo acto central decorrerá na Praça da República, em Luanda, com a presença de delegações estrangeiras e nacionais.
As celebrações iniciam-se um pouco mais cedo, com a cerimónia do hastear da bandeira-monumento no Museu de História Militar, em Luanda.
Na Praça da República, o primeiro momento simbólico será a homenagem ao Presidente António Agostinho Neto, no sarcófago existente no local, sendo que o Presidente da República, João Lourenço, acompanhado pelos Chefes de Estado convidados, irá prestar homenagem ao proclamador da Independência Nacional.
A cerimónia incluirá o acto formal de condecoração com a medalha de honra ao Presidente António Agostinho Neto, a título póstumo, por ter sido primeiro Presidente da República e pelo contributo prestado à nação.
Seguir-se-á o discurso do Chefe de Estado, João Lourenço, o ponto alto da celebração.
O programa contempla ainda um espaço para a manifestação de cidadania, com um desfile cívico representativo dos diversos segmentos da sociedade angolana, envolvendo cerca de seis mil participantes.
Depois, terá lugar o desfile militar, com contingentes dos vários ramos das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional, envolvendo aproximadamente quatro mil efectivos.
O encerramento será marcado pela interpretação da música oficial dos 50 anos da Independência Nacional.
Angola alcançou a independência em 1975"
E, num processo de homenagem a Angola e à cidade de Luanda, reponho o que , aqui, anotei num dos meus retornos àquele país:
Sobe à colinaolha o poente e o mar -verás a eternidade.Sorri à florcapta o insensível do seu odor -sentirás a eternidade.Pára, escuta o inescutável do Serausculta a melodia do Cosmos -captarás a eternidade.José Nuno Pereira Pinto, "Que Passem Sorrindo - Poesia reunida 1982-2004, Editor: Atelier de Produção Editorial, 2005
Para quem conhece Luanda ou a esteja a descobrir, nada ficará visto se não for à Fortaleza de São Miguel. E é quando chega ao cimo da colina, antigo monte de São Paulo e, das ameias, lança o olhar que divisa a verdadeira beleza desta cidade. A nossos pés, Luanda saúda-nos, em traje de gala.
O horizonte azul, quando o dia está luminoso e prateado, quando o sol preguiça, impõe-se na largueza do Oceano. Então, compreende-se por que razão quem a achou, ali fez erguer um Forte. A descoberta é imediata . Entra-nos pelos olhos, sem qualquer resistência. Erigiu-se uma fortaleza do olhar para vários olhares . Originalmente, o olhar seria sobre quem chegava, quem partia ou quem vinha sem ser quisto. Nos dias que correm, o olhar será para quem apenas quer captar as sombras da eternidade: o olhar dos que se deixam assombrar.
Visiona-se tudo, quase em simultâneo. Do lado direito, a estibordo, frente ao mar, surge o Porto de Luanda, perdulário e generoso ao permitir que as barrocas se aproximem até tocarem a linha de prédios e construções que convive em gregária confraternização. Mas, em contínuo namoro, começa ali a majestosa Marginal, Avenida 4 de Fevereiro, para circundar uma baía que se estende pacificamente pelo mar até ser debruada, a bombordo, pela Ilha do Cabo.
Rodando para essa direcção , surge, ao fundo, o desenho misterioso da Ilha do Mussulo , separado da Praia do Bispo pelo mar. Vestígios de uma precária sanzala assinalam a demolição de muitas casas. Escandalosamente, colinas de lixo encimam um musseque que resiste agónico às mandíbulas das escavadoras.
A nova Luanda está ávida de espaço. Alarga-se desbragada e despudoradamente. O tempo ditará como se embeleza arquitectonicamente uma cidade.
À ré , dorme a velha e a nova Luanda numa simbiose pecaminosa. O sputnik, o monumento memorial do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, ergue-se no céu fazendo jus ao nome por que é designado em gíria local.
O Palácio Presidencial fecha-se numa proximidade imponente e defensiva. A igreja dos Jesuítas, onde se encontra sepultado Paulo Dias de Novais, fundador da cidade de Luanda, acena-lhe quase em bênção para que os altos poderes se traduzam numa boa e justa governação.
Luanda - Angola 4k ULTRA HD

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